XIII

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20 de Julho de 2004.
Manhattan, Nova York.

Agarrei os lençóis, tombando minha cabeça no colchão. Mordi os lábios sem conseguir parar de gemer enquanto sentia suas estocadas da vez mais fortes contra mim. Seu peito suado molhava as minhas costas também suadas.

Michael tinha suas duas mãos espalmadas ao meu lado, e sua cabeça estava na direção do meu ouvido, fazendo com que eu escutasse sua respiração entrecortada e seus gemidos leves. O que me deixava com mais tesão.

Beyoncé? — A voz da minha mãe me chamou de volta à realidade. Levantei os olhos e a encontrei observando minha mãe observando atentamente o meu pulso, onde a pulseira Cartier brilhava sob a luz suave do restaurante.

Poucos dias haviam se passado desde a minha breve "viagem" com Michael. Aqueles dias em Paris foram tão incríveis, tão apaixonados. Era como se estivéssemos presos no nosso próprio conto de fadas.

— Desculpe, mãe. — Perguntei, tentando voltar para a realidade. — O que disse?

Ela não respondeu imediatamente. Em vez disso, seus olhos continuaram no meu pulso.

— Essa é uma pulseira linda, querida. — Ela comentou, sem demonstrar muita reação. Meu corpo gelou.

Senti um frio na espinha. A pulseira era um símbolo tão pessoal, tão íntimo. E agora, estava ali, à vista da minha mãe. Engoli em seco, tentando encontrar as palavras certas para que ela não desconfiasse.

— Ah, sim, é linda mesmo — Respondi, tentando manter a voz casual. — Um presente de um... amigo.

Minha mãe ergueu uma sobrancelha, claramente não convencida pela minha resposta vaga.

— Um amigo, hein? Deve ser um amigo muito especial para te dar algo tão significativo.

Engoli em seco e senti minhas mãos tremerem levemente.

— Ele é — Admiti, escondendo minha pulseira com a mão, debaixo da mesa.

— Você quer me contar mais sobre esse amigo especial? — Ela perguntou, em seu tom suave e compreensivo. Por enquanto.

Gelei, sem saber o que dizer. A expressão de minha mãe mudou, misturando surpresa e preocupação.

— Beyoncé, por que você está escondendo tanto esse novo relacionamento? — Ela mudou, agora seu tom era frustrado. — Seu pai já está desconfiado.

— Não estou escondendo nada, mãe... eu... — Neguei com a cabeça, tentando mentir, mas minha voz saiu fraca.

— Beyoncé, chega de mentiras! — , me interrompendo antes que eu pudesse continuar. — Você não é mais uma adolescente. Diga a verdade. Por que está escondendo tanto esse relacionamento?

Suspirei, derrotada.

— Porque, se eu contar, serei tratada como uma.

— Quem é ele? — Minha mãe franziu a testa, confusa e preocupada.

Fechei os olhos por um momento, reunindo coragem, antes de abrir e encarar minha mãe.

— É Michael. — Tentei manter meus olhos fixos aos dela, tentando encontrar alguma reação. — Michael Jackson.

A expressão de minha mãe mudou drasticamente, alternando entre surpresa e incredulidade em poucos segundos. Ela soltou uma risadinha nervosa, negando com a cabeça.

— Beyoncé, você está brincando, certo? — Seus olhos procuravam os meus em busca de algo que pudesse confirmar que tudo não passava de uma brincadeira.

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