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"Mãe?!"

"Filha." Ela diz formalmente antes de entrar em casa. Esta olha em redor observando cada canto da casa antes de me dar um olhar de aprovação. "Está tudo bem organizado, os meus parabéns." Ela elogia e eu assinto.

"Ahm... Não estava há espera da sua visita, pelo que não tenho nada pronto para o jantar." Eu digo meio atrapalhada endireitando o meu cabelo.

"Oh não há problema, na verdade estava há espera que talvez podessemos jantar fora só nós as duas hoje." A minha mãe sugere e Tristan passa pela minha cabeça. Ele que não acorde por favor, eu não faço a mínima ideia de como iria lhe explicar esta situação.

"Agora?"

"Sim está ocupada?" Sim mãe, aliás não, mas eu não queria ir jantar consigo hoje e está um rapaz a dormir na minha cama sem tu saberes.

"Não, podemos ir. Deixe-me só ir buscar a minha mala ao quarto e me endireitar para sair. Fique à vontade." Eu informo subindo as escadas rapidamente.

"Tristan, Tristan!" Eu tento acordá-lo mas este vira-se para o outro lado. Agora não pelo amor de Deus. "Tristan!" Eu diz um pouco mais alto. Por favor rapaz, eu estou à rasca!

"Hmm?"

"A minha mãe está aqui." Eu digo e ele vira-se rapidamente para me encarar.

"Posso conhecê-la?" Ele pede entusiasmado e eu engulo um seco. Não, a minha mãe vai odiar-te por não seres psiquiatra como nós.

"Não. Vamos jantar só as duas." Eu digo não querendo lhe dizer a verdade.

"Não posso ir também?" Ele pede e eu suspiro.

"E como te queres que apresente? Ela vai odiar-te por não seres psiquiatra e vai querer me afastar de ti." Eu digo sinceramente. Eu não lhe queria mentir, Tristan precisava de saber porque é que tínhamos de ficar separados.

"Tu és um objeto nas mãos da tua mãe Mila, quando é que não perceber isso?" Tristan diz friamente e eu desvio o olhar.

"Eu tenho de ir com a minha mãe. Depois falamos." eu respondo, pegando nas minhas coisas saindo rapidamente do meu quarto. Desço as escadas com um peso no coração. Eu sei que no fundo Tristan tem razão mas o que posso eu fazer? Toda a minha vida cedi aos caprichos da minha mãe ao contrário da minha irmã, o que fez com que ela desaparecesse da minha família. E eu não queria isso... eu não queria perder a minha família porque apesar de eles me terem tornado no que sou, eu amo-os do fundo do meu coração.

"Vamos?" eu pergunto e a minha mãe assente levantando-se do meu sofá. O caminho até ao restaurante foi feito em silêncio, nem eu nem a minha mãe nos atreviamos a proferir alguma palavra. Eu limitava-me a observar a paisagem pela janela do audi preto reluzente da minha mãe enquanto que esta se concentrava na estrada respeitando todos os códigos de estrada. Saímos do carro e entramos num restaurante Japonês bem requesitado escolhendo uma mesa para dois à janela. Sentamo-nos frente a frente e depois de ordenar os nossos pedidos, esperamos pacientemente.

"Como vai o trabalho?" a minha mãe pergunta bebendo um pouco do seu vinho tinto , tal como eu.

"Bem, tenho imensos pacientes e estou satisfeita comigo própria por estar a conseguir resolver os casos que me dão." eu informo recebendo um olhar aprovativo por parte da minha mãe.

"Bom saber. Muito bom saber de facto." ela diz e eu suspiro bebendo mais um pouco do meu vinho. A minha mãe sempre fora assim, coração frio, conversas curtas e profissionais.

"Algum companheiro?" a minha mãe pergunta e eu engasgo-me um pouco com o vinho.

"Desculpe?"

"Estou a perguntar se a menina já arranjou algum companheiro. Já tem 24 anos, não quero que case muito tarde." a minha mãe dizer e eu clareio a minha voz antes de dizer o que quer que seja.

"Bem, ainda não mãe, nem estou neste momento a pensar nesse assunto, estou focada na minha carreira profissional."

Mentira... o que eu acabei de dizer é pura mentira. Eu tenho é andando confusa em relação ao que sinto pelo Tristan e o que sou realmente, mas claro que isso seria a última coisa que eu diria a minha mãe se eu quisesse continuar a pertencer a esta família.

"E o seu vizinho?" a minha mãe continua o questionário e o meu coração dispara drasticamente quando realizo que a conversa estava em diração de ter Tristan como tema central do assunto e eu não quero isso por nada deste mundo.

"O que tem o rapaz?" tento soar normalmente, com inteção de esconder os meus súbitos nervos.

"Ele incomóda-a? Organiza festas que a distraem, que a perturbam? Alguma vez foi necessário chamar a polícia?!" a minha mãe começa e eu abano a cabeça.

"Mãe, não, o rapaz não faz nada dessas coisas, aliás ele também está completamente focado na sua profissão como eu." Tristan não é nada do que a minha mãe estava a pensar, aliás, Tristan é uma pessoa excecional, interessante, profunda. Devo admitir que me incomodou o facto da minha mãe o estar a julgar nem sequer o conhecendo.

"Ah sim? Oh... o que o rapaz faz?" consigo sentir o súbito interesse na sua voz mas tenho consciência de que esse mesmo irá desaparecer rapidamente quando souber o que Trsitan faz da sua vida.

"Ele é escritor." eu informo vendo os lábio da minha mãe a ser tornarem numa única linha ténue. Conseguia notar o seu desapontamento.

"É aquele rapaz de que me falou ao telemóvel?" ela pergunta e eu desvio o olhar decidindo não responder. Penso que o meu silêncio era o suficiente para se entender. Ouço-a suspirar, surpreendendo-me, esperei que nesta altura já estaria a gritar e a me julgar por me ter aproximado de um escritor. "Amanhã irei a Nova York."

Fico mais aliviada quando a minha mãe muda de assunto e agradeço-lhe mentalmente.

"Questões de trabalho?"

"Não." olho-a com uma sonbrecelha arquiada à espera de uma explicação. Não estou a compreender onde a minha mãe que chegar.

"Irei visitar a tua irmã." ela diz e eu observo-a boquiaberta. Escandalizada devo dizer. "É surpresa, ela não sabe."

"Com todo o respeito mãe mas não sei se Jeila irá gostar." eu digo sinceramente um pouco nervosa. "No final de contas a mãe expulsou-a da família, ela ficou muito mal."

"Eu preciso de resolver um assunto com ela." ela diz e eu assinto, apesar de estar cheia de curiosidade. O resto do jantar comemos em silêncio, depois disso a minha mãe deixou-me em casa indo embora.

Quando caminho até minha casa encontro Tristan sentado nas escadas, sento-me ao lado dele.

"Como foi?" ele pergunta encarando o chão e eu suspiro encarando o chão também.

"Diferente." eu confesso e sinto-o a me observar. "A minha mãe foi fria como sempre mas diferente. Ela vai visitar a minha irmã depois do que lhe fez..." eu continuo e encaro Tristan com uma expressão confusa. Suspiro ao me lembrar que nunca contara nada desta história. Respiro fundo e começo a contar tudo do início. A minha relação com a minha família, as regras, a expulsão da minha irmã, a chamada, e a conversa de hoje... quando acabo encaro o chão não sendo capaz de o encarar, tendo vergonha de mim própria.

"Wow, nunca pensei que passasses por isto." Tristan sussurra e eu limito-me a continuar a encarar o chão, não sabendo o que dizer.

"Mila, olha para mim." ele pede e eu assim o faço apesar de um pouco hesitante.

"Eu lamento imenso por algumas coisas que te disse, eu não fazia ideia, juro-te que não mas agora que sei a verdade fez-me admirar-te ainda mais. És bastante forte por conseguires aguentar isto tudo e saber que mais? Eu estarei aqui sempre que precisares." ele diz e eu não consigo evitar em soltar um sorriso.

"Obrigada."

"Sempre."

Heyyy aqui está o capitulo 13, por favor dem uma olhadela nos meus novos livros: searching for him; e Run! Obrigada por tudo ly all

I Feel AgainOnde histórias criam vida. Descubra agora