A jovem Catherine sonhava em viver um romance, mas ela desiste de conquistar o amor da sua vida quando o mesmo parte para outro país. Um reencontro seria capaz de provocar uma mudança nos sentimentos dela?
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A paisagem passava embaçada pela janela da carruagem. Uma chuva torrencial caía do lado de fora e era motivo de preocupação para todos, exceto para Catherine, que, perdida em pensamentos mal percebia a tempestade.
Lorde Charlie deixara a filha aos cuidados de Thomas durante a viagem. Ele se ofereceu para acompanhá-la todo o tempo necessário e se encarregaria de providenciar a visita de um médico a cada dois dias para garantir a recuperação rápida de sua amiga.
Ela sabia que a principal intensão dele era de passar mais tempo com Josephine e que se sentiria muito sozinha, mas ainda assim estava agradecida.
Phillip a visitaria na terça-feira e prometera levar James consigo, mas a moça sabia que não lhe era mais permitido animar-se com tal promessa, ele já não a pertencia.
A falta de alimentos consistentes já causava uma leve dor no estomago de Catherine e a indisposição e cansaço pioravam ao longo do caminho. Estava magra, pálida e havia manchas um pouco escuras abaixo dos olhos.
Ela sentia-se tão deplorável que insistiu para que ninguém soubesse da sua chegada à Hanley Park e que apenas os empregados mais essenciais fossem mantidos na casa durante a próxima semana.
Lady Catherine não percebeu que a carruagem havia parado até que ouviu Thomas dizer:
- Acho que atolamos.
Ao ver Thomas sair, Josephine se agitou, visivelmente nervosa.
- Fique calma, Jo. Não deve ser nada demais.
Catherine pegou o casaco, colocou-o sobre a cabeça e saiu da carruagem. O vento soprava forte e as gotas caíam pesadas em seu rosto. A lama da estrada sujou toda a barra do vestido e suas botas, mas ela seguiu até a frente, onde estava Thomas e viu um bando consideravelmente grande de cervos bloqueando a passagem.
Um dos lacaios os espantava para a floresta próxima e minutos depois já era possível passar.
Thomas virou-se e viu Catherine parada atrás dele.
- Ah, eu devia ter amarrado você lá dentro - disse ele. - Você quer morrer de resfriado, Cath?
- Seria mais fácil morrer de coração partido, Tom, não de resfriado.
- Ah, criança... - ele a abraçou, ignorando a presença dos lacaios. - Vou duelar com James e matá-lo para que você possa se sentir melhor.
- Neste caso, eu só me sentiria bem depois de matar você.
Ele riu.
- Você não seria tão má a ponto de deixar meu filho órfão antes mesmo de nascer. Vem, vamos entrar.
*
O sábado chuvoso deu lugar a dias ensolarados e até um pouco mais quentes. Antes que Catherine estivesse preparada, a terça-feira chegou, mas Phillip não veio à Hanley Park como prometera e Catherine, ainda esperançosa, não saiu para suas caminhadas diárias porque ainda tinha esperanças de ver o irmão entrar pela porta a qualquer instante.
