Capítulo 19

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Querida Catherine,

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Querida Catherine,

devo pedir perdão se sou motivo de incômodo ao escrever-te de forma tão íntima, mas certamente eu não poderia agir de forma diferente. Meu coração se afeiçoou de ti no primeiro momento que nos vimos e eu posso afirmar, minha querida, que apesar de não ter me encontrado contigo mais do que quatro vezes, eu já amo a tua delicadeza e a grandeza de espírito que há em ti.

Estou certa de que se perguntas neste momento o motivo de eu escrever para ti, especialmente pela maneira um pouco inusitada que esta carta lhe foi entregue. Mas saiba, querida Catherine, que sempre que estávamos todos juntos, eu sentia no meu coração que tudo estava arranjado de forma equivocada. Eu de algum modo sabia que os olhares que você trocava com meu primo, lorde James é deveria definir o futuro de vocês.

Eu senti um desespero profundo ao perceber que estava nas minhas mãos a felicidade de vocês, mas eu não sabia o que fazer, e então a resposta veio a mim, talvez de forma tão inesperada quanto esta carta chegou às tuas mãos. No mesmo dia que você partiu para o campo, lorde Phillip conseguiu ficar a sós comigo. Ele insistentemente tentou seduzir-me, mas mesmo não tendo experiência alguma nesse assunto, eu sabia que ele não estava sendo verdadeiro; percebi que me olhava como olharia para qualquer outra dama respeitável e quando lhe perguntei o motivo de estar agindo daquela forma, ele me contou tudo que afligia seu coração.

Confesso que tive medo ao ouvir tudo que ele tinha para me dizer, mas não hesitei ao tomar minha decisão. Ele me propôs a fugir com ele, já tinha todo o plano desde que viera falar comigo e eu aceitei de pronto.
Saiba, minha querida, que não há nenhum sentimento além de amizade entre mim e o teu irmão, nenhum olhar indevido, nenhum toque atrevido, nenhuma conversa indecorosa ou mesmo uma segunda intenção. Tudo que estamos fazendo é para o teu bem e para o bem do teu amado. Ouso dizer que este plano me beneficia grandemente, pois não serei mandada para o convento, mas a nossa intenção principal é ajudar-te, apesar de que eu não me importaria de viver o resto dos meus anos trancada como uma freira em outro país. Nada pode ser pior do que viver sob o teto de um homem como o meu pai.

Peço que não mostre esta carta para ninguém mais além do meu primo e que guarde segredo sobre o nosso paradeiro. Estamos partindo para a Escócia, e em seguida entraremos em um navio rumo à Irlanda. Peço que não tente nos impedir, estou certa de que seremos felizes, à nossa maneira. Ficaremos lá pelo tempo necessário, até que a fúria do meu pai esfrie. Temos o suficiente para viver uma vida confortável e assim que eu estiver estabelecida na Irlanda, te escreverei novamente para que possamos trocar correspondências. Mandarei notícias assim que possível. Te desejo felicidade.

Com todo amor,

Sua querida amiga

Jeannie

Ao terminar, Catherine chorava, culpada e agradecida. Havia mais algumas páginas atrás das que Jeannie escrevera. Antes de ler, ela sussurrou para James:

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