- capítulo 36

216 20 9
                                    

Pov Jisoo

Lisa me deu alguns cadernos e canetas, eu pedi. Eu escrevia para Jennie, como se ela pudesse ler. Eu sabia que isso não iria me ajudar em nada, mas eu gostava de conversar com Jennie, eu estava ficando louca.



Oi Jennie, sou eu, Jisoo novamente. Não tenho tantas opções com quem conversar, a não ser a Lisa, que faz perguntas difíceis e eu evito para não machuca-la.
Como você sabe, as coisas tomaram um rumo estranho, eu sinto muito pelo os detalhes que te dei, acho que se você visse, vomitaria.
Eu tenho tentado muito, as coisas estão ficando mais fáceis de lidar e superar, mas me sinto mal, várias vezes.
A Lisa me perguntou o que é amor um dia desses, é irônico, ela faz tudo por amor, e nem ao menos sabe ou já foi amada.
Eu nunca vou entender, ela realmente acha que me causar dor e matar todos a minha volta é amor? Só para eu ficar com ela.
Estou aqui porque não tenho outra opção, para não fazer que a morte deles e sua, tenha sido por nada, eu respiro por vocês, eu estou viva pelo amor que tenho por vocês.
E no fim de tudo, a culpa dessa merda ainda está nas minhas mãos.

Eu queria tomar um bom chá de canela com a minha amiga Irene, falando sobre como a vida é uma bosta mas mesmo assim estamos bem.
Mas fiquei sabendo que ela casou, será que ela me esqueceu? Não faz tanto tempo.
Mas não estou surpresa, a vida não é justa.
E mais uma vez, talvez pela 89° vez, me desculpe por ter te matado.

from Jisoo<3

Eu tinha escrito muitas cartas para ela, deixava todas no caderno, escondidas no banheiro do meu quarto.

Eu estava tentando cuidar do jardim morto, mas o sol ficou insuportável e decidi deixar para mais tarde. Estava suja de areia e queria tomar um banho.
Quando entrei no meu quarto, Lisa estava sentada no sofá da janela, olhando para o jardim onde eu estava, eu nem ao menos tinha percebido que a mais nova me olhava.
Olhei em volta, buscando por explicações, ou talvez presentes. E eu achei.
Ela tinha comprado geleia de mocotó, de alguma marca desconhecida por mim.
Mas bem do lado, estava meu caderno, onde eu escrevia para Jennie. Eu gelei, minha boca ficou seca, e eu não sabia o que dizer, ela tinha visto? eu deixei na cama sem perceber?

- tá tudo bem?- perguntei me aproximando dela. Então ela me olhou, profundamente, me analisando.

- espero que goste da geleia, é da Cida, ela conseguiu abrir uma loja de geleias- falou finalmente

- jura?- eu sorri, era uma ótima notícia, mas com que dinheiro elas conseguiriram?- mas você sabe como?

- digamos que o dinheiro que elas precisavam caiu do céu- ela se lavantou- eu vou sair, não sei de que horas volto

- tudo bem, eu posso deixar para cuidar do jardim amanhã

E sem falar mais nada, ela saiu deixando um clima estranho e pesado.
Ela sempre me deixava presa, no carro, nos hotéis, e agora aqui.
Eu fui ver ela, da janela, pegando o carro e indo pela a entrada de terra na floresta. Olhei de relance para a porta, e a chave estava do lado de dentro, estava do lado de dentro???
A porta estava destrancada, será que ela esqueceu? É quase impossível.
Mas assim eu poderia continuar cuidando do jardim mais tarde.








[....]





Ainda estava claro, quando Lisa voltou, algumas horas depois. Eu ainda estava no jardim, cortando algumas flores muchas.
Lisa veio pisando firme no chão, ela me pegou forte pelo o braço e me levou para dentro brutalmente. Eu não estava entendendo.
Ela me jogou com força no chão, e trancou a porta, me pedindo desculpas.
Ela subiu em cima de mim e me deu dois socos, ela estava chorando, eu estava chorando. Ela saiu de cima de mim e me arrastou pelo os cabelos até o meu quarto, eu já não falava nada. Então, me amarrou.

- por que está fazendo isso? Achei que nunca me machucaria fisicamente

Ela enxugou as lágrimas de seu rosto, e me olhou, tirando alguns fios de cabelos que estavam no meu rosto machucado e suado.
Olhou pela a janela e me olhou novamente, dando um beijo na minha testa, o mesmo que evitei tentando sair de perto dela.
Ela pegou o caderno que estava do meu lado, e saiu do quarto.
Minutos depois, ela voltou e fechou a porta, me deixando sozinha.
Eu comecei a chorar novamente, quando eu achava que não tinha como ficar surpresa, Lisa me mostrava outros dez mil jeitos.
Então, eu ouvi o barulho da porta sendo arrombada, e a casa ser cheia de policiais.

- você está bem?- essa é uma pergunta idiota, eu não respondi, eu queria entender o que estava acontecendo- pegamos a sequestradora, a senhora está livre agora- ele falou, um policial de grande porte e pele pálida, eu diria que tem tatuagens escondidas. Ele me soltou e eu corri para fora, procurando por Lisa.

- Lisa- eu ia até ela, mas me seguraram, ela estava sendo algemada, por que ela fez isso?- ei Lisa, você não tinha o direito de decidir isso, Lisa me escute, moço, ela está mentindo, por favor- eu tentei gritar, mas todos não ligaram para o que eu falava. Lisa olhou para mim, seus olhos transmitiam dor, ela sorriu pra mim, e lágrimas cairam nas suas bochechas- eu te odeio me ouviu!?

- sofá do meu quarto- ela falou antes de quase jogarem ela dentro do carro. Muitas pessoas vieram falar comigo, eu só queria entrar e mandar todos embora, mas isso demorou para acontecer.

Eu fiquei sentada no chão da sala, vendo várias pessoas entrando e saindo, fazendo perguntas. Mas eu não respondia, eu estava apenas existindo ali. Precisava de respostas.

- ei, a senhora precisa ir amanhã na delegacia, para depôr contra a senhorita Lalisa

- eu posso vê-la?

- não senhora, está proibida, até no tribunal, ficará distante da réu no mínimo 10 metros

Então, eu só esperei todos irem embora.
Fui até o quarto de Lisa, que estava todo revirado, mas tinha uma caixa roxa, ali no sofá, feito presente, um pouco suja e a tampa estava no chão. Eu peguei a caixa, e a única coisa que tinha nele, era um porta retrato.
Um porta retrato com uma foto minha, no jardim.
Eu pensei, filmes. Então retirei a foto do porta retrato, e lá tinha uma chave e um bilhete.

A gaveta trancada no raque da sala.

Isso parecia caça ao tesouro, e eu nem sabia o que estava procurando.
Eu abri a gaveta, com certo esforço, e vi uma carta, apenas uma carta. Eu abri, e li.

obsession- Lisoo (+chaennie)Onde histórias criam vida. Descubra agora