Hellsing

2

Tudo começou na quarta feira, já se passava das 22:30 e eu não conseguia dormir. Fazia mais de um mês que isso vinha acontecendo e não tinha nada que eu pudesse fazer, então desisti e fui para  sala tentar me distrair com algo que estivesse passando nos canais a essa hora. Mirella tinha ido em um encontro com um cara novo na cidade e achei meio esquisito ela ter marcado o encontro tão tarde da noite, mas não pude fazer nada.

Quando liguei a tv uma coisa me chamou atenção.

— Já é a décima pessoa que desapareceu só essa semana, a polícia continua suas buscas, mas até agora não temos qualquer pista. Essas pessoas são jovens de 17 a 24 anos, a maioria são homens...

Deve ser por isso que a mamãe está tão ocupada recentemente, mas dez pessoas sumirem em uma semana é muito estranho e ainda por cima sem qualquer pista? Tem alguma coisa muito errada acontecendo. De repente, meu celular começa a tocar e o nome de Mirella aparece.

—Pois não?

—LIZ! Você precisa me ajudar. Quando cheguei aqui no lugar que eu e Scott tínhamos marcado, um monstro me atacou. Ele tentou me morder e quando corri, apareceram mais. Depois, finalmente achei que tinha me livrado e me encontrei com o Scott, mas ele tava diferente, os olhos dele estão vermelhos e ele tá falando umas coisas estranhas,  acho que ele tem alguma relação com aqueles monstros e eu não sei o que fazer– Ela disse isso tudo de uma vez e também estava chorando.

— Onde é esse lugar?– Pergunto enquanto levanto e pego minha jaqueta, me preparando pra sair.

— Na parte norte da cidade, no depósito. Nós havíamos combinado de nos encontrarmos aqui e depois ir para pista ver a corrida de hoje a noite– Ela disse fungando e logo em seguida a ligação caiu.

Saio o mais rápido que consigo de casa. Agora tudo faz sentido! As pessoas começaram a sumir quando ele chegou e o fato de monstros terem aparecido indicar que ele não é um humano e sim um vampiro. Maldição! De todas as pessoas nessa cidade, ele escolhe logo ela, no entanto, eu preciso me concentrar e pensar no que fazer.

Depois de alguns minutos, finalmente chego no local. Aqui é um depósito de carga pela manhã, então era um lugar muito bom para se esconder por causa das dezenas de caixas, só que normalmente é usada como ponto de encontro, já que, em poucos metros, há uma pista de corridas ilegais.

Observo o lugar e vejo cerca de 15 ghouls, a maioria consegui reconhecer por causa do noticiário, mas não perco o meu tempo olhando e arranco a cabeça deles o mais rápido que consigo com a adaga que eu tinha trago, e vou pro segundo andar, onde consigo sentir a presença de duas pessoas. Quando eu finalmente os encontro, chuto a porta com o máximo de força que consigo.

A porta se parte e é arremessada pela sala, lá dentro, vejo um cara esquisito, ele parecia ter no máximo 19 anos, tinha a pele pálida e os cabelos castanhos, ele deve ser o tal Scott.

Assim que me viu, ele agarrou o braço da minha amiga, puxou ela para si e apontou a arma que tinha em suas mãos em direção a cabeça dela.

—Esse aqui é o fim da linha, pare aí mesmo, se não eu vou atirar nela– Ele disse enquanto sorria. Se eu pudesse fazer com que o vampiro afastasse a arma o suficiente da cabeça da mesma, poderia simplesmente arrancar a mão dele e chuta-ló para longe, mas como eu faço isso?

Como se os céus ouvissem os meus pensamentos, uma forte aura aparece perto do lugar em que estávamos. A aura parecia chamar por sangue, ela era forte e densa, mas estranhamente familiar, quanto mais perto chegava, mais horripilante era a sensação.

Tento focar no que estou fazendo e esquecer a sensação, mas pelo visto, o vampiro não teve a mesma ideia. Ele tremia e suava enquanto ficava murmurando alguma coisa sobre: " Isso é um demônio?", " O que diabos é essa sensação?", assim que vejo ele se distânciar o suficiente, eu decido agir. Arranco a mão dele e o chuto pra longe e seguro Mirella que está paralisada, logo em seguida, escuto o barulho de tiros passarem pelo restante da porta que tinha ficado na parede, acompanhados
de sons de passos pesados. Sinto os meus músculos se contrairem e ficarem tensos, mesmo que seja familiar não deixa de ser ameaçadora.