Haviam inúmeros corpos no chão, sangue e vísceras sujavam as paredes. Saio do banheiro e acabo pisando em algo.

— Que nojo!– Digo balançando o meu pé, péssima ideia em deixar os sapatos no meu quarto — Merda.

Mas eu logo me esqueço do meu pé quando escuto a bronca que a draculina estava recebendo e paro durante alguns segundos. Aquilo devia ser um back enorme para ela, até agora ela só havia matado criaturas que já tinham sido humanas, mas ver que agora teria que matar humanos para viver era uma história totalmente diferente.

Aproveito que nenhum dos dois estava me vendo e fui no meu quarto pegar as minhas coisas, troco rapidamente de roupa e pego as minhas espada. Volto para o quarto com um telefone fixo em mãos para poder ligar para Integra, já que o sinal havia caído.

Me sento na cadeira e coloco o telefone em cima da mesa, começo a discar o número do telefone do escritório de Integra e espero chamar. Nesse meio tempo o mesmo foi arrancado de mim e o meu pai começou a fala com a outra pessoa do lado da linha.

— Quem é?– Escuto a voz de Integra falando.

— Seu humilde servo, Integra– Meu pai responde em um tom mais leve do que ele usava falando com a Polícial —Me dê a ordem, minha mestra.

— O que você fez com a Equipe SWAT que eles enviaram? – Escutei a voz da loira do outro lado da linha.

— Eu o matei. Aniquilei-os. Não restou nem mesmo um. Agora me dê a ordem, Integra, Superiores do departamento de polícia estão sob o controle deles, não estão? Na montagem desse cerco, a polícia está apenas seguindo suas ordens – Ele começou dar seu discurso para Integra, depois de um tempo o silêncio reina, estavamos só esperando a resposta dela para definir o destino daquelas criaturas miseráveis.

— Não me subestime soldado, eu lhe dei minha ordem, nada mudou!– Escuto ela gritar do outro lado da linha — Procure e destrua! Procure e destrua! Qualquer força que estiver em seu caminho tem que ser exterminada! Não corra e se esconda! Entraremos pelo portão da frente e os explodiremos! Esmague tudo! Reduza-os a migalhas!– Então era isso, o machado do carrasco havia descido sobre os pescoços daquelas criaturas, agora só faltava recolher suas cabeças. Meu pai começou a rir enquanto se divertia com aquela situação.

— Entedido. Isso mesmo, essa é a ordem suprema, isto é de fato maravilhoso. Está me deixando excitado, Integra, nesse caso, vou sair dançando. Assista com cuidado, Senhorita Hellsing– Ele parecia bem satisfeito com a resposta, mas quando ele foi desligar ela voltou a falar.

— Passe o telefone para Elizabeth!– Ele me entregou o telefone e se afastou um pouco — Acha que eu fiz uma boa escolha? – Ela me perguntou em Arcalio, uma língua antiga que os Meta- Humanos usavam entre si, eu havia ensinado para ela a algum tempo atrás.

Sinceramente? Quem sou eu para questionar as ordens da minha líder? Eu sou apenas um agente dentro dessa organização, mas como amiga eu acho que foi a escolha certa.

— Ainda sinto receio de condena-los a isso.

Não me impressiona, só que essa foi a escolha que eles fizeram. Você só é o carrasco que aplica a sentença, e eles os pecadores, não há mais nada a se fazer.

— Não sente empatia por eles? Tanto você quanto a Policial já foram humanas– Paro durante alguns segundos e olho para trás, Seras estava ao lado do vampiro de vermelho esperando que eu terminasse a chamada. Fecho os olhos durante alguns segundos pensando na resposta e depois volto para frente com ela em mente.

Posso ter convivido 15 anos da minha vida como humana, mas nunca fui realmente uma, por mais que eu tenha ligação com eles, pra mim é impossível compreende-los. Eu posso admitir que existem suas exceções, mas são poucas.

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