Capítulo 15 - Declaração

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Após o incidente, a saída de Dabi, e a derrota dos vilões, toda a liga dos vilões entrou em colapso, chegando a um fim. Os vilões que não estavam presentes, saíram e voltaram aos seus trabalhos sujos sozinhos.

Ninguém gostaria de ficar em uma organização em que o líder " o mais forte ", foi derrotado tão facilmente. Dabi deixou de ser um vilão e tentou viver uma vida normal.

Alugou um pequeno apartamento, e começou a morar sozinho, recebendo visitas de Shin todos os dias, assim como seus irmãos iam vê-lo sempre que estavam livres.

Sua aparência desfigurada foi um problema para achar trabalhos, as pessoas tinham medo dele, e o evitavam. Teria desistido de levar uma vida normal se não fosse o amor de seus irmãos.

— Toya nii San, levanta a banda do sofá e vai fazer alguma coisa. — diz ela entrando na sala toda arrumada.

— Vai sair? — perguntou ele.

— Sim, como você sabe? — confusa.

— Está mais arrumada que o normal, vai sair com o menininho né? — encarou.

Shin On

Senti meu rosto corar, eu ia me encontrar com o Katsuki, mas não é por isso que estou arrumada... É... Talvez... Depois que a poeira baixou, ele me chamou de repente para sair, o que me impressionei muito, e eu acabei aceitando.

A quem eu estou querendo enganar? Eu realmente gosto de estar perto dele, mesmo ele sendo um idiota.

— Não te interessa, baka. — Deu língua.

— Então eu acertei. — riu.

Eu ri em resposta, e saí correndo da casa dele rumo ao centro da cidade. Estou um pouco atrasada, mas não lembro se ele é alguém pontual e eu espero que não.

Ao chegar, encontro um Katsuki irritado recostado numa parede, com um dos pés apoiado, e os braços cruzados. — Desculpa? — Disse sem graça.

— Estou aqui há 30 minutos, tsk. — resmunga.

— Eu já pedi desculpas bakugou. — cruzei os braços irritada.

— Bakugou? — ele me encarou.

— Não é esse seu nome também? — provoquei.

Eu nunca chamo ele pelo sobrenome, sempre o chamei pelo nome, até quando não éramos amigos. Aqui quando não conhecemos alguém, ou não temos intimidade, usamos o sobrenome, mas sempre o chamei pelo nome, talvez tivesse esperança de sermos próximos um dia, mesmo que inconscientemente.

— Uhum, Todoroki San. — retrucou.

Nós nos entre olhamos, e de repente começamos a rir, no fim das contas nossas brigas nunca são de verdades.

— Chato. — sorri.

— Verdade. — concluiu.

Começamos a caminhar pelo centro, em direção a algum lugar, que por algum motivo ele não queria me contar. Um tempo depois chegamos num pequeno parque, onde havia uma grande árvore de cerejeira.

Era início de primavera, então as flores estavam começando a desabrochar, era um dos cenários mais lindos de se ver por aqui. Senti sua mão quente segurar a minha, fazendo meu corpo arrepiar com o toque repentino.

Ele tomou a minha frente, nossos olhos agora se encontrando, seu rosto levemente corado, parecendo envergonhado e sem jeito. Era fofo ver ele se esforçando para ser gentil, o abracei fortemente, e ele retribuiu.

Pude sentir o cheiro de shampoo dos seus cabelos rebeldes, só o fato de estar assim, já levava embora todo o peso que era a minha vida. São momentos assim, que me faz perceber o quão feliz eu sou de ter continuado viva.

— Katsuki kun... eu acho que gosto de você. — falei sem pensar.

Ele se afastou pra olhar para mim, e parecia decepcionado.

— Só acha? — Resmungou.

— E-eu tenho certeza. — Disse brincando com minhas próprias mãos tentando me livrar da ansiedade.

O olhar decepcionado, se encheu de brilho, e um grande sorriso se formou no seu rosto. — Eu também gosto de você, Shin. — confessou.

Ver ele falando meu nome fez meu coração esquentar, normalmente são idiotices como " maldita meio a meio ". Ele me puxou pela mão, me levando para trás da árvore de cerejeira, por ser afastado do centro, era um lugar silencioso.

Mas logo foi preenchido pelas batidas descompassadas do meu coração quando ele se aproximou. Tirou as mechas de cabelo que caíram sobre meu rosto, e seus dedos desceram suavemente pelas minhas bochechas.

Seu rosto agora estava próximo, que era possível sentir sua respiração contra minha pele. — Posso? — perguntou.

Com a vergonha, apenas assenti levemente com a cabeça. Quando seus lábios tocaram os meus, eram tão suaves, que eu conseguia sentir todos os seus sentimentos sendo transmitidos para mim. Ali eu tive certeza, que realmente eu o amava.

Ele pediu passagem com a língua, e eu logo cedi. O beijo estava cada vez mais intenso, mas de repente ele desacelerou o ritmo, e antes de se afastar completamente, terminou com dois selinhos.

— Então... não sei bem como pedir. — riu sem graça. — Mas, você quer namorar comigo?

— Eu tinha decidido que sim no momento que aceitei sair com você. — riu.

— Então já pensava em mim antes? — convencido.

— Baka, baka, baka. — Disse corada e emburrada.

Ele riu da minha cara, e nós ficamos naquele lugar por mais um tempo, ao começar anoitecer, ele me trouxe em casa, e me deu um beijo de despedida. Ao pisar o pé dentro de casa, estava a família quase toda reunida.

Shoto nii parecia muito irritado, Fuyumi nee chan estava com um sorriso bobo no rosto me encarando, e o Natsuo nii San estava irritado da mesma forma. Naquele momento eu percebi, o Katsuki me beijou com a porta da entrada aberta.

Estava dando leves passos para trás, lamentando por ter voltado pra casa, mas a Fuyumi nee chan me puxou pra um abraço.

— Aii minha princesinha cresceu tanto, quem é o partidão? — diz ela empolgada.

— Tá me sufocando. — Disse tentando buscar o ar.

— O bakugou? Sério? Logo o bakugou? — Diz Shoto inconformado.

— Você é muito nova pra isso. — Concluiu Natsuo.

— Parem com isso, deixem ela em paz, não estão vendo que ela está tão feliz que nem controla o sorriso? — diz fuyumi brigando com os dois.

— Tá tão na cara assim? — Disse envergonhada.

— Escrito na testa. — diz Shoto nii San me dando um peteleco.

— Aiii, isso dói. — resmunguei.

Depois de uma longa conversa, finalmente todos me deixaram em paz, e eu pude ir pro meu quarto descansar, ao deitar na cama, a sensação dele tão perto de mim, ainda estava presente, senti minha consciência se esvaindo, e logo peguei no sono.

Lados opostos - Irmã gêmea do Todoroki ShotoOnde histórias criam vida. Descubra agora