Resultado.

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No silêncio da madrugada, Jeongguk chegou ao hotel com a metade do salário em um envelope.

Kwan fazia questão de pagar seus funcionários em dinheiro vivo. Não havia nada melhor do que contemplar a satisfação e surpresa impressa nos rostos. Era uma forma de Kwan se sentir ainda mais poderoso.

Um sorriso orgulhoso modelava os lábios de Jeongguk.

Ele estava feliz. Tão feliz que sentia que explodiria a qualquer segundo, tomado pelas expectativas e a recente realização.

Nunca vira tanto dinheiro em sua vida, nem experimentado a sensação de merecimento. Afinal, agora ele se esforçava no trabalho, precisava lidar com a competição, com a aproximação de Kwan que nem sempre era confortável e, além de tudo, havia o peso em sua consciência impossível de ignorar.

Seu desejo era receber uma quantia que jamais imaginou que um dia conseguiria.

O mundo continuava tão... surpreendente. Era como um sonho.

Agora, Jeongguk sentia-se forte. Sentia-se capaz.

Com certeza, precisava compartilhar toda aquela alegria com a pessoa mais importante para ele. Precisava mostrar para Jimin que não era mais um peso morto, que fazia uma grande diferença para a qualidade de vida deles, mesmo que fosse arriscado. Ele queria ser a mudança que faltava, e continuar ajudando da forma que conseguia. E lá estava ele, segurando o envelope.

O envelope que ele esperava segurar várias e várias vezes.

Foi nesse exato momento que Jimin despertou-se de seu sono. Acordar durante a madrugada não era tão raro de acontecer, e Jeongguk não conseguia ser totalmente silencioso quando chegava.

No entanto, naquela noite de sexta-feira, a surpresa de Park se evidenciou. Quando Jimin sentou-se sobre o colchão, um tanto confuso devido ao sono, observando a silhueta do amigo perambular pelo quarto, a lâmpada fora acesa. Jimin viu que os olhos de Jeongguk cintilavam.

Jeongguk abriu o envelope e despejou todo o conteúdo sobre a cama. O sorriso cresceu instantaneamente, os olhos de Jimin se arregalaram quando observou as cédulas.

— Você assaltou um banco?!? — A postura de Jimin se enrijeceu. Ele esfregou os olhos e intercalou o olhar entre as cédulas e o rosto de Jeongguk.

Jeongguk, ainda sorridente, sentia algo se esquentando em seu interior. O gosto da conquista era diferente. Doce e aventureiro. Era uma sensação incomparável.

Ele se sentou na beira da cama e permitiu que as pontas dos dedos tocassem nas múltiplas cédulas. O cheiro de tinta fresca invadiu o quarto. Foi assim que Jeongguk descobriu um novo aroma favorito.

— Eu juro que parece, mas não — respondeu o outro garoto. — Sei que já peguei o dinheiro da Yoona, mas assaltar um banco é um nível avançado.

Os olhos de Jimin seguiam fixos nas cédulas.

— Não sei o que dizer. — Jimin praticamente sussurrou.

— Isso não é tudo... — Jeongguk avisou. — Vou receber o restante no final do mês.

— Isso tudo para... servir as pessoas? — Jimin pareceu perceber que a pergunta soou ofensiva e se mexeu sobre o colchão. — Não que eu esteja fazendo pouco caso com o seu trabalho, você sabe que não. Só que, nossa, é muita grana!

— Tudo bem, eu entendi. — Jeongguk balançou a mão, dispensando a explicação do amigo. — Lembra que eu te falei que me pagariam bem? Realmente não estavam mentindo.

Jimin assentiu, incrédulo.

A vida não oferece um manual de instruções a ninguém. Ambos estavam começando a descobrir o que o mundo poderia oferecer, e Jimin não imaginava que não era possível ganhar tanto dinheiro apenas servindo bebidas.

Preciosa Liberdade • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora