Proposta.

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Quando a noite se fez presente, uma chuva leve molhava a cidade. No quarto do hotel, Jeongguk e Jimin comiam frutas frescas que Chin sempre oferecia a eles, já que o lugar não proporcionava muitas mordomias. Os garotos não recusaram. Frutas, de certa forma, eram vistas como luxo por eles.

Jeongguk, que no início não achava o senhor Chin tão simpático, mudou de opinião. Pequenas ações inesperadas e com boas intenções são sempre bem-vindas. Ele era um garoto que se deixava conquistar por corações bondosos.

À primeira vista, Chin jorrava antipatia com sua postura desleixada e a escassa energia ao realizar movimentos básicos — como se tivesse preguiça até de levar ar aos pulmões —, mas bastava conhecê-lo um pouco mais para ficar evidente que, na verdade, ele era um senhor simpático e muito acolhedor.

Jimin estava em frente à janela, observando tudo o que acontecia do lado de fora. Distraído com um cacho de uvas, percebeu depois de longos minutos que Jeongguk estava mudo. O silêncio imperaria no cômodo caso a televisão não estivesse ligada no volume baixo. Virou o corpo e se deparou com Jeongguk olhando fixamente para algum ponto à sua frente.

— Ei, troco as minhas últimas uvas pelos seus pensamentos. — Jimin perguntou.

Jeongguk parecia meio incomodado, meio perdido e meio assustado.

O garoto piscou.

— Logo a melhor fruta? — Jeongguk lembrou-se da ameixa em sua mão. Olhou para ela e a mordeu. — Pode aproveitar as uvas, não ligue pra mim.

— Me fala logo — pediu o outro. — No que você está pensando?

— Você continua tentando me entender, impressionante.

— É o que eu tento fazer desde criança, né? Sua cabeça é um troço complicado, mas, talvez, em algum dia, terei sucesso.

— Você corre o risco de ficar maluco antes disso.

Jimin riu.

— Sei lá, depois que saímos do orfanato, comecei a pensar mais em tudo.

Não era como se Jimin não tivesse reparado. Depois que a adrenalina passou e perceberam que, caramba, realmente fugiram do orfanato, Jeongguk passou a ficar mais calado do que o normal.

— Isso me preocupa um pouco — confessou Jimin.

— Não precisa se preocupar — sorriu, movendo os ombros para cima e para baixo. — Vai ficar tudo bem, né?

Jimin estreitou os olhos, terminando de comer uvas.

— Como assim?

Jimin se sentou ao lado dele na beira da cama, ambos com os pés no piso gelado. A brisa gelada adentrava timidamente no ambiente.

— O futuro é um pouco assustador — confessou. — Às vezes, me sinto muito inexperiente. Sabe, eu quero abraçar o mundo sem saber o que devo fazer depois. — Ele fez uma careta rápida, quase debochando de si mesmo. — Hoje, por exemplo, eu decidi que quero vencer na vida, quero mostrar do que sou capaz, mas... querer é uma coisa completamente diferente de conseguir. Eu não sei muito bem o que devo fazer agora. Falar é muito fácil.

Os olhos de Jimin observaram o perfil do amigo durante alguns segundos. Ele disse:

— Sei como você está se sentindo.

Jeongguk ergueu a cabeça e passou a brincar com a ponta da bermuda. Ali, sentado na beirada da cama, ele parecia um garoto muito pequeno.

— Você vai dizer "eu te avisei?"

Preciosa Liberdade • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora