Incredulidade.

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Tudo aconteceu rápido demais. Jeongguk não conseguiu processar.

Ele não estava preparado para morrer.

Não mesmo.

No entanto, sabia que Kwan estava louco para acabar com a sua raça.

Jeongguk não poderia morrer sem dizer pela última vez que amava Jimin. Isso seria uma crueldade imensurável.

Precisava deixar claro o seu sentimento pela última vez.

Quando olhou para trás, tentando procurar por Jimin com desespero, o estampido aconteceu.

Ele não estava pronto para escutar um barulho tão grande.

Os tímpanos doeram.

Não demorou tanto assim para que os braços de Kwan o abandonassem imediatamente.

Todos escutaram com perfeição o som seco quando o corpo de Kwan foi de encontro ao chão, deixando a arma cair de qualquer jeito, arrastando no piso brilhante.

Tudo isso, graças ao policial mais alto que agiu rápido ao aproveitar o pequeno momento de distração de Kwan para disparar, habilidosamente, contra a perna dele.

Quando Jeongguk olhou para baixo, com os lábios em perfeito formato de "O", e experimentando a sensação estranha de que estava prestes a cair devido ao susto, escutou o grito forte rasgar a garganta de Kwan. Um grito terrível. A dor da bala cortando a carne foi impactante, os nervos e vasos sanguíneos se rompendo com violência, até atingir o osso.

Kwan não conseguia parar de gritar.

Os olhos arregalados e expressivos prosseguiam encarando Jeongguk como um legítimo pesadelo. O baleado estava até com dificuldade de levar ar aos pulmões devido à dor tão pavorosa. Os fios de cabelo avermelhados se embaralhavam em frente ao rosto, e o sangue corria livremente de sua perna, formando uma poça vermelha.

Kwan, minutos antes, com uma euforia gelada no estômago, jamais imaginou que Namjoon teria a capacidade e coragem de aprontar algo dessa forma. Não esperava tal traição, ainda mais depois de tudo o que havia feito com o garoto, coisas que ninguém na Luminus algum dia poderia imaginar.

Existiam segredos que ninguém poderia revelar enquanto Kwan estivesse no comando.

Mas, a verdade, é que Namjoon criou coragem para agir; a situação tinha passado dos limites. Então, ele agiu. E ao estar sendo fitado duramente pelos policiais, Kwan não precisava ser tão inteligente assim para perceber que não teria escapatória dessa vez.

Havia pessoas demais naquele camarim e ele era apenas um. Interiormente, o gerente estava desesperado, mas não deixaria transparecer de forma alguma.

Kwan nunca demonstrava temor, não se rebaixaria a tal nível porque se achava um ser humano superior a qualquer outro que o cercava.

Minutos antes, apontando sua arma para cada pessoa presente naquele camarim tão bem decorado e confortável, Kwan soltou um riso recheado de insanidade no momento em que, teatralmente, apontou a arma para lateral da própria cabeça mais uma vez, experimentando a sensação do cano gelado contra a sua têmpora.

Sentiu um enjoo devido à bebida que consumiu e seu equilíbrio vacilou. Os joelhos tremeram, mas o sorriso permaneceu intacto. Era tão fácil acabar com o momento dessa forma.

Poderia apenas pressionar o gatilho e pronto, estaria morto.

Parecia ser uma ótima solução, já que estava encurralado. Sentia-se verdadeiramente patético por ter que apelar para a morte.

Preciosa Liberdade • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora