Inesquecível.

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Jeongguk dançou por duas horas seguidas.

O suor banhava seu corpo, as pernas formigavam, a boca estava seca. Porém, em momento algum o dançarino se mostrou incomodado.

Quando Jeongguk se dedicava a algo, seu esforço era visível. Definitivamente, ele surpreendia.

Suas performances mostravam-se cada vez melhores e, por consequência, conquistava incontáveis admiradores em cada noite que evidenciava o seu brilho.

A roupa colada o deixava desconfortável e a vontade de beber algum líquido era maior que tudo, e, mesmo assim, ele sorria para o público, que o aplaudia euforicamente.

A dor nos músculos o informava que ele deu o seu melhor.

No seu camarim, lançou um olhar rápido ao espelho e não pôde deixar de perceber que seu rosto estava vermelho por conta do esforço. Sem pensar muito, pegou duas garrafas de água de uma vez. Sentiu o líquido gelado descendo em sua garganta, e aproveitou a sensação reconfortante.

Depois, ligou o ar-condicionado, enxugou a testa com uma toalha personalizada — o nome dele estava bordado elegantemente com a cor dourada —, e, para acalmar o corpo, sentou-se no sofá, fechando os olhos.

O coração ainda batia com força no peito, a adrenalina prosseguia embalando seu corpo. Só desejava ficar quieto enquanto a exaustão apoderava-se dele por completo. Sua vontade era de ganhar um pouco mais por conta do tempo que excedeu, mas talvez isso não fosse possível.

O silêncio era tudo o que escutava, embora soubesse que as pessoas permaneciam dançando na pista e bebendo até que não conseguissem mais caminhar com as próprias pernas — porque era justamente o que faziam.

Em todas as noites, o cenário se repetia de forma patética.

Ou, quem sabe, àquela altura já estivessem procurando os dançarinos para um pouco de diversão, enchendo a cara com bebidas e maltratando os pulmões com cigarros duvidosos.

As paredes do camarim continham isolamento acústico, o que era realmente bom, fazia com que Jeongguk tivesse a ligeira sensação de que estava longe de tudo o que considerava errado.

Os olhos do garoto prosseguiram fechados durante um bom tempo enquanto tentava normalizar a respiração. Como os músculos estavam começando a relaxar, teve a impressão de que não conseguiria se levantar daquele estofado nunca mais.

A cabeça ficou mais leve, os pensamentos mais arrastados, o ritmo da respiração diminuía. Teria caído no sono, caso não escutasse um ruído estranho.

Jeongguk soube imediatamente que já não estava mais sozinho no camarim.

Abriu os olhos e, para a sua infelicidade, deparou-se com Kwan de pé em sua frente, um sorrisinho malicioso moldava os lábios enquanto estudava a posição do garoto.

A primeira reação de Jeongguk foi sentar-se depressa, mesmo que quase pudesse escutar as reclamações de todos os músculos do corpo.

Kwan apenas continuou com aquele sorriso esquisito.

— Você deveria bater à porta antes de entrar — falou Jeongguk.

Seus olhos fugiram rapidamente do rosto de Kwan, e ele percebeu que cometeu um grande erro ao se deitar com as roupas da apresentação.

Kwan sempre o olhava muito quando Jeongguk vestia as roupas apertadas.

— Por que eu faria isso? — imitou a maneira como Jeongguk respondia, cruzando os braços.

Jeongguk se conteve para não rolar os olhos.

— Porque acho que mereço um pouco de privacidade.

— Você já deveria ter se acostumado. Estrelas têm de tudo, menos privacidade.

Preciosa Liberdade • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora