Pensamentos.

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Mudanças acontecem a todo o momento. Algumas boas, outras nem tanto.

Jimin costumava pensar que bastava estar em movimento para que oportunidades surgissem.

O otimismo também deveria ser considerado. Ele mantinha as esperanças de que tudo melhoraria, por mais que os garotos já estivessem cansados e preocupados com o futuro.

Se ele se entregasse, seria pior.

O garoto fazia o mesmo quando estava no orfanato. Mantinha esse sentimento aceso quando via um casal procurando por um filho que completasse o lar. Jimin sabia que era só mais um entre muitos garotos, mas ele corria para o quarto, penteava os cabelos com capricho, conferia se suas roupas e dentes estavam apresentáveis, e, cheio de esperança, voltava para perto dos outros garotos.

Sabia que poderia ser adotado a qualquer momento, então era importante se agarrar à positividade, mesmo que os garotos mais novos fossem os favoritos — era impressionante a facilidade com que eram adotados.

Os adultos sempre torciam o nariz para os órfãos mais velhos.

Mesmo assim, Jimin sempre sorria quando se aproximava deles, era educado e mostrava ter um coração de ouro.

E esperava.

Ele fingia que não se magoava enquanto os anos passavam e ele continuava no mesmo lugar. Fingia que não doía ao se sentir meio desprezado e, muitas vezes, chegou a se perguntar se havia algo de errado com ele.

Nos Natais, seu desejo era o mesmo: estar na casa de pais que o considerassem como filho. Ele não se importaria se fosse adotado por um homem novo ou mais velho, uma mulher baixa ou alta. Não se importaria se fosse adotado por duas mulheres ou dois homens. A única coisa que precisava, desesperadamente, era saber que era amado.

E permanecia esperando.

Ele tinha certeza de que era a esperança que o mantinha vivo.

Então, durante a tarde, quando Chin bateu à porta do quarto com o aviso de que ligaram para Jimin a fim de avisar sobre uma oportunidade de emprego, o coração do garoto se agitou. Ele desceu as escadas correndo e atendeu a ligação com a voz cheia de expectativas.

O dono da loja de roupas Stylus precisava de um funcionário com urgência. A vaga estava disponível porque o antigo funcionário precisou mudar de estado por motivos pessoais. Por sorte, Jimin era jovem, forte e rápido — ou seja, ideal para preencher a vaga.

— Claro, eu aceito! — Por mais que tentasse disfarçar a empolgação, falhou. Chin, percebendo o que acontecia, sorriu ao perceber a alegria do garoto. — Muito obrigado pela oportunidade!

Conversaram sobre os últimos detalhes e em minutos, a ligação foi finalizada.

Jimin permaneceu encarando o telefone, o sorriso impresso nos lábios. Ignorou a pontada de ansiedade quando pensou em contar a novidade a Jeongguk. Eles estavam procurando por emprego juntos, mas apenas Jimin foi convocado.

Estava pensando nisso ao subir as escadas. Entretanto, ao abrir a porta do quarto, se deparou com Jeongguk sentado no meio da cama, com as pernas cruzadas, a expressão tomada pelo entusiasmo.

— E aí?!? — perguntou.

Quando viu que o amigo estava torcendo por ele, se permitiu sorrir.

— Eles querem que eu comece amanhã!

Jeongguk se levantou da cama num pulo para abraçá-lo. Os corpos se chocaram com força. Eles não conseguiram parar de sorrir.

— Eu sabia que você conseguiria! — confessou Jeongguk.

Preciosa Liberdade • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora