A sensação de pintar era indescritível.
Jeongguk estava longe de ser um profissional, precisava se aprimorar, mas ele pintava com devoção. Era o que realmente importava; seguia o coração ao estar em contato com a arte.
Com as tintas espalhadas na paleta, mergulhava o pincel na cor desejada e deslizava as cerdas do pincel sobre a tela, observando a tinta espalhar-se à vontade na textura. Havia um sentimento gostoso durante o processo inteiro. Ele jamais conseguiria explicar como se sentia bem.
Observava as cores, todas tão bonitas à sua maneira, tão significativas e intensas. Ele não tinha uma favorita, apenas admirava a maneira como elas ficavam juntas.
Perguntava-se como ficou tanto tempo sem se entregar àquela atividade prazerosa. Parecia uma verdadeira perda de tempo ter tirado a pintura da vida.
Quando era apenas uma criança com o desejo de ser um pintor famoso, usava folhas finas que rasgavam com facilidade caso o pincel estivesse molhado demais. Precisava tomar muito cuidado para não fazer bagunça ou poderia sofrer as consequências.
Se Yoona encontrasse alguma sujeira, ele com certeza receberia algum castigo que deixaria marcas feias em sua pele. Porém, agora, após passar por tantas situações ruins, ele tinha telas de pintura e um espaço reservado apenas para ele. Quem diria?
Com a janela aberta, a claridade em seu ateliê se tornava ainda mais aconchegante, o Sol se abrigava atrás de nuvens rechonchudas algumas vezes, o que fazia com que sombras surgissem no cômodo.
O garoto tinha um verdadeiro motivo para se levantar bem cedo da cama; sentia a necessidade de pintar quando ficava sozinho no apartamento, e não gostava da sensação de estar longe da arte. Por isso, tomava banho, comia qualquer coisa e colocava os pés em seu ateliê sem pensar em deixá-lo tão cedo.
A falta de ruído era apropriada para pensar e se concentrar como deveria na atividade, sua criatividade apenas crescia. Era aquilo que deixava o seu coração sossegado. Talvez as pessoas precisassem realizar atividades que proporcionassem prazer, provavelmente o mundo seria menos caótico.
Jeongguk se viu perguntando o que trazia paz a Kwan. Precisava haver alguma coisa, certo?
O tempo corria mil vezes mais rápido quando Jeongguk estava no ateliê; pelo menos, a sua mente não se enchia de problemas desnecessários que faziam a consciência pesar a ponto de deixá-lo sem ar. Se algo estivesse saindo do controle, a real impressão era de que tudo se resolveria quando ele segurasse um pincel e deixasse a arte falar mais alto.
Enquanto as horas passavam, o Sol deixou o céu e deu espaço para que a lua tímida enfeitasse a noite. Jimin chegou pouco tempo depois, os ombros tensos, olheiras perceptíveis e um olhar cansado. Ser destaque do mês era ótimo, tinha seus privilégios, mas o trabalho triplicou. Os clientes desejavam que Jimin fosse o responsável pelo atendimento.
Ele se direcionou ao ateliê e deixou um beijo rápido e carinhoso nos lábios do amigo.
Finalmente, Jimin conseguiria descansar. Era muito grato por ter um trabalho, por ser útil e ajudar com as despesas, mas nada se comparava à sensação quase mágica de chegar ao apartamento depois de um dia exaustivo.
Sentindo um leve formigamento nos lábios devido ao beijo, Jeongguk recebeu um sorriso de Jimin. O coração dele se agitou. Nunca se acostumaria com os efeitos do sorriso dele; nunca estaria preparado para lidar com toda a intensidade daquela simples ação. Jeongguk viu que ele estava carregando uma sacola.
— Você está pintando desde que eu saí? — perguntou Jimin, olhando o ateliê. Havia um pouco de tinta azul respingada no piso, os dedos de Jeongguk estavam manchados com a mesma cor, e o sorriso do garoto se abriu como se tivesse sido pego no flagra.
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Preciosa Liberdade • jjk + pjm
Fiksi PenggemarCansados de tantos maus-tratos, Jeongguk e Jimin resolvem fugir do lugar esquecido pelo resto da humanidade; o orfanato solitário no centro da cidade. Entre descobertas e desafios, os garotos começam a perceber que o mundo real não era exatamente co...