Decepção.

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A estrelinha brilhante de Kwan era irredutível.

O gerente se lembrava que Jeongguk o avisou logo no início que não queria ser tocado por ninguém.

Entretanto, o aviso não impediu que Kwan criasse um milhão de fantasias em sua mente doente e impura.

Deveria ser sincero consigo mesmo. Queria ser o único a tocar Jeongguk, então não estava feliz com a ideia de que outra pessoa desejava o garoto da mesma forma. Kwan sentia uma espécie de ciúmes, algo que apertava o estômago e fazia o sangue correr mais rápido. Por outro lado, precisava da divulgação e do patrocínio. A Luminus decolaria.

Durante a semana, ele ligou para o Chul-Moo algumas vezes para oferecê-lo todos os dançarinos, e ainda avisou que ele seria bem-vindo à Luminus a ponto de nunca mais precisar a entrada quando resolvesse se divertir por lá. Era uma oferta valiosa, praticamente irrecusável.

Mesmo assim, sem paciência com todas as alternativas sem sentido que Kwan lhe apresentou, Chul-Moo voltou a frisar impacientemente que precisava ser Jeongguk, apenas ele, ou então, adeus patrocínio.

Ele não estava disposto a negociar.

Kwan entendeu que precisava manipular Jeongguk para conseguir o que desejava.

Então, sempre que Jeongguk terminava suas apresentações, Kwan o visitava no camarim. E em todas as noites, o dançarino mantinha-se firme em sua decisão.

— Eu já disse não — respondeu usando seu tom áspero, já perdendo as contas de quantas vezes repetiu sua resposta. — Você é inteligente o suficiente para entender o que um não significa, certo?

— O que eu quero dizer, Jeongguk, é que o prazo está acabando. — Kwan juntou as mãos, apertando os dedos com força, encarando o dançarino com tanta seriedade que o seu olhar parecia queimar. — Se você não aceitar a proposta de uma vez, eu serei prejudicado, e acho que você não quer que isso aconteça, minha estrelinha.

Os olhos de Kwan rolaram pelo ambiente completamente limpo. Os presentes dispostos sobre a mesa e poltrona chamaram a sua atenção. Jeongguk nunca os levava para casa. Era um detalhe intrigante, mas Kwan nunca perguntou o motivo ao dançarino. Jeongguk era o primeiro funcionário que não demonstrava empolgação ao ganhar presentes caros como relógios e perfumes importados.

Kwan soltou um suspiro diante do silêncio e disse:

— Este império que eu construí com todo o meu esforço é digno de atenção. O patrocínio precisa acontecer. — Ele umedeceu os lábios e passou os dedos na cabeleira vermelha. Estava muito impaciente. O dedo indicador de Kwan, em riste, foi apontado para o rosto de Jeongguk. — Eu sei que vai acontecer, porque você é um bom garoto.

Jeongguk simplesmente odiava quando Kwan fazia isso. Odiava com todas as suas forças.

— Eu não quero saber. — O garoto deu de ombros. — Se depender de mim, não vai. Não conte comigo.

Mesmo que tentasse demonstrar confiança, Kwan notou como o seu dançarino especial estava nervoso.

Mas Jeongguk estava cansado de parecer fraco.

Cansado até demais.

Não deixara o orfanato para passar a noite com desconhecidos. Isso era o cúmulo do absurdo.

— Você só está adiando o que terá que fazer de qualquer maneira. — Kwan contrapôs.

Fechando as mãos com força, os dedos apertando as palmas, Jeongguk encarou o mais velho, a fúria chamejando no olhar.

Preciosa Liberdade • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora