Lágrimas.

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Jeongguk sabia que seria difícil quando Jimin soubesse da verdade.

Era o que mais temia. Assim, sustentou a mentira em todas as oportunidades, porque era mais fácil. O ser humano sempre tende a fazer o que é mais cômodo.

Agora, a culpa o desgastava. Ter a certeza de que Jimin estava decepcionado o machucava muito.

Era o responsável pela situação e precisava lidar com as consequências.

Entretanto, só de pensar nisso, mais remorso sentia.

Embolado no lençol, como uma espécie de escudo, Jeongguk não sabia o que estava prestes a enfrentar; não estava preparado.

Com uma dor de cabeça desconfortável e experimentando a sensação de que foi atropelado por um caminhão, deixou a cama. A ressaca era destruidora. Ele cambaleou quando caminhou. Escorou-se na parede, soltou o ar e praguejou. A cabeça estava pesada como um tijolo.

Antes de fazer qualquer coisa, tomou um banho para despertar e se sentir um pouco melhor. Foi uma tentativa meio frustrante porque não funcionou tão bem quanto gostaria.

Tentando prosseguir a rotina, escovou os dentes com mais força que o necessário a fim de tirar o gosto de álcool da boca, e penteou os cabelos para que a aparência não se mostrasse tão abatida. Talvez, se colocasse a franja um pouco mais acima dos olhos, poderia esconder de Jimin toda a vergonha que sentia.

Jeongguk não se lembrava de muitos detalhes do que havia acontecido durante aquela madrugada fatídica, mas sabia que atingiu o namorado de várias maneiras.

Ele não sabia o que esperar quando se direcionou à sala a passos lentos, tentando não enlouquecer no meio do caminho porque se sentia incapaz de começar a se explicar.

Talvez Jimin estivesse tão decepcionado que diria que não queria falar com ele nunca mais, o namoro acabaria e teriam que seguir por caminhos diferentes. Aquilo machucava muito porque Jeongguk não conseguia imaginar a sua vida sem aquela pessoa incrível ao seu lado.

Ele cogitou muitas possibilidades enquanto os pés vacilantes seguiam adiante, um passo de cada vez. Talvez Jimin ainda estivesse dormindo.

Jeongguk não sabia se o sofá era tão confortável assim para dormir a noite inteira.

Mas e se Jimin já estivesse acordado?

O coração de Jeongguk se comprimiu na mesma hora ao pensar nisso.

Avançou mais alguns passos, respirou fundo, mas, quando chegou à sala, Jimin não estava mais no sofá.

Foi estranho porque estava cedo demais. Jimin deveria estar descansando antes de ir trabalhar.

Com os pés descalços e sentindo a temperatura glacial do piso, o garoto correu em cada cômodo, sentindo o enjoo crescer no estômago. A ressaca era mesmo incômoda.

Um nó se formou em sua garganta quando foi até o ateliê, o último cômodo restante para verificar. O garoto pensou que talvez, por conta da raiva, Jimin quisesse desmanchar o cômodo. Talvez tivesse derrubado todas as tintas, jogado fora todos os pincéis ou algo do tipo.

Mas o ateliê estava do jeito que havia deixado. Todas as obras estavam intocadas.

Era difícil prever qualquer tipo de reação por parte do Jimin, já que eles nunca brigaram antes.

O silêncio afligiu Jeongguk de um jeito praticamente enlouquecedor.

Park Jimin não estava em lugar algum.

O garoto resolveu esperar.

Mas os minutos foram passando...

E acabaram se transformando em horas...

Preciosa Liberdade • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora