Capítulo 31

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Abri mais a porta para dar passagem ao loiro que agora tinha entrado e ido em direção a cama enquanto eu trancava novamente a porta.

Draco tinha ido na minha cama e sentado de pernas de chinês enquanto me olhava voltar e sentar ao seu lado.

- Está tudo bem? - perguntei preocupado a respeito da sua visita repentina.

- Está sim - suspirou - eu só queria conversar com você, me desculpe pela hora.

- Tá tudo bem, não estava dormindo ainda e eu também queria falar com você - respirei fundo - mas fala você primeiro. - tentei adiar ainda mais a minha confissão ainda que ignora-la fosse inevitável.

- Tudo bem - ele começou mas permaneceu um bom tempo calado antes de começar a falar - essa noite foi diferente para mim, algumas coisas aconteceram e eu fiquei ao mesmo tempo muito confuso mas ao mesmo tempo muito certo de tudo, entende?

Essa conversa estava estranha e Draco estava falando de um jeito diferente do seu usual, como se estivesse pisando em ovos, com medo.

Medo de que?

- Ao mesmo tempo em que eu fiquei com muitos conflitos internos, eu acabei solucionando outro. Eu percebi que eu mudei muito de uns tempos para cá, que eu estou mais controlado e menos explosivo mas eu percebi também que algumas coisas que eram importantes antes já não são mais. - ele tinha um tom sério enquanto falava.

Porque ele estava falando comigo a respeito de coisas que perdeu importância para ele?

E foi então que eu me dei conta do porquê ele estar se comportando diferente, medindo o que ia falar e como ia falar. Ele está a tomando cuidado para não me magoar. Draco estava querendo dizer que eu não tinha mais importância para ele.

O mais estranho nessa situação é que eu não fiquei triste ou decepcionado, eu me senti mais leve. Se Draco terminasse comigo por um motivo qualquer eu não precisaria contar a verdade para ele, e ainda poderíamos nos dar bem.

Ele não precisaria saber meu segredo e como eu ganho meu dinheiro, a sujeira que eu faço me expondo enquanto uso a desculpa de um trabalho.

Um trabalho sujo.

- E eu percebi melhor os meu sentimentos, o que é importante e o que não é, o que eu quero levar para minha vida e o que eu não quero perder jamais.

- Tudo bem, Draco, eu entendo - ele colocou o dedo indicador sob minha boca me silenciando e voltou a falar.

- E eu percebi que todos os conflitos internos que eu tinha me levavam a você, tudo era sobre você - ele tinha tirado o dedo da minha boca agora mas não faria mais diferença porque eu não conseguia falar nada - e que você é a única coisa nesse meio que eu me importo e que não quero perder, independente de qualquer coisa.

Não, Draco.

Por favor, não fala o que eu acho que você vai falar.

Se você falar isso eu não vou conseguir te contar o que eu preciso.

Por favor, Draco.

- Draco, eu... Eu preciso falar uma coisa.

- Eu percebi, Harry - ele voltou a me interromper e eu já me sentia tremer com medo por sua confissão - que eu posso lidar com muitas coisas, exceto te perder, porque eu amo você, Harry. E eu não te falei isso antes porque não queria ter dúvidas, porque não queria dizer a menos que eu tivesse total certeza a respeito disso e agora eu tenho. Eu te amo como nunca amei ninguém.

Puta merda!

Eu sentia uma lágrima escorrer pelo meu rosto enquanto meu coração batia tão forte em meu peito que eu sentia como se a qualquer momento ele fosse atravessar minha pele e cair no meio da cama.

Devil KingOnde histórias criam vida. Descubra agora