Fim da semana de provas. Uma bela tarde de sábado. Uma triste despedida.
Mila ajudava Deluc com os preparativos para a festa. As irmãs dele, uma mais nova, outra mais velha e uma gêmea dele, também contribuíam. Elas insistiram horrores para serem convidadas.
Juntos, prenderam serpentinas e fitilhos pelas paredes, espalharam confetes pelas mesas e penduraram alguns balões no teto. Também tinham um toca-discos excelente e uma incrível variedade de vinis.
— Uma festa sem pais. Parece até um sonho — suspirou Lea, a gêmea.
— Eu convidei Jean-Paul e aquele primo bonitinho dele, Lina — falou a mais nova, Lola.
— Não acredito. Eu chamei Gérard!
As duas desataram a rir e Mila não entendeu nada. Deluc parecia cada vez mais ansioso.
— Nem pensem em chamar todo mundo que virem pela frente — ralhou ele.
— Ué, esta casa é tão sua quanto nossa. Podemos chamar quem quisermos.
— Meninas, meninas. Sejam espertas. Se convidarem muita gente e algo der errado, os pais de vocês nunca mais as deixarão sozinhas. Precisamos ser discretos.
As três olharam para Mila, impressionadas. Elas nunca haviam se falado, de fato.
— Ela tem razão — disse Lea. — Precisamos ter prudência.
Mila sorriu internamente e desejou conquistar mais da simpatia das garotas.
— Tudo bem. Apenas Jean-Paul, Gérard e o primo bonitinho, então.
Enquanto isso, Florence e Jacqueline discutiam a cor do esmalte que deveriam usar. Elas chegaram a um acordo depois de alguns minutos de discussão: verde-claro para Florence e vermelho para Jac.
— É a cor favorita de Louis.
— É? Como você sabe?
— Ele me contou.
— Humm. Legal. — Ela deu um longo gole no copo d'água, pouco impressionada.
— É por isso que ele gosta tanto dos meus olhos.
— Espera, ele disse isso? Que gosta dos seus olhos?
— Disse.
— Que romântico.
— Pois é. Ele também disse que me achava linda enquanto nos beijávamos.
Jac engasgou com a água que estava bebendo. Florence ria ao mesmo tempo que dava tapinhas nas costas da colega.
— C-Como assim? Quando vocês... — Ela começou a tossir novamente e fez um sinal para Florence explicar.
— Estávamos estudando na biblioteca um dia antes da prova de matemática.
— Meu Deus! Meu Deus! Meu Deus!
Jac abraçou Florence com força, fazendo-a rolar pela cama e amassar os travesseiros. As duas caíram na gargalhada.
— E como foi?
— Ah... bom.
— Como assim bom? Bom bom ou Bom mais ou menos? Ou incrível? Ou péssimo?
— Bom bom. Muito bom.
A amiga deu um gritinho esganiçado e pediu por mais detalhes. Florence descreveu de maneira razoável, as bochechas ficando mais vermelhas a cada palavra.
— Eu sabia que vocês iam acabar juntos! O jeito que vocês se olhavam...
Florence sorriu e tapou o rosto com as duas mãos, sem graça. Jac implicou mais um pouco com ela antes de exclamar:
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Marion Le Foy para Garotos e Garotas
RomanceO liceu Marion Le Foy finalmente abriu suas portas para as garotas e Florence Faure foi uma das poucas selecionadas para entrar no primeiro ano do ensino médio do tão disputado colégio. Lá, ela e outras vinte e nove meninas lidarão com os desafios...