*Finalizada* Os Clichês não Existem

• Margaridas •

 

Estar beijando Jason Miller era tão estupidamente bom, parecia uma poesia daquelas gostosinhas de ler sabe? Tipo Cecília Meireles, enquanto nossas línguas se encontravam e combinavam entre si, como versos de uma preciosa estrofe.

Eu sei bem que eu estou poetisando um beijo, e que talvez não faça muito sentido para vocês mas, eu gosto de poesia, e estava gostando de ter a língua de Jason dentro da minha boca, pois é, isso foi de 10 a 100 muito rápido, eu não consegui manter a personagem, e é como vocês andam dizendo por aí, é sobre isso e tá tudo bem.

Quer dizer, não tá não.

A realidade me atingiu como um balde de água fria, e no susto desgrudei nossos lábios, afastando meu rosto, mas ainda me mantendo próxima. De cabeça baixa e com as mãos no rosto, tampando meus olhos, eu não conseguia encará-lo, de maneira nenhuma. Eu estava confusa quanto as sensações do momento, era muita coisa junta, coração palpitando fortemente, bochechas formigando, frio na barriga, mesmo após o beijo, e calor, muito calor.

Céus, o que eu tô fazendo da minha vida?

— Pra quem nunca beijou, até que você foi bem. – o loiro disse em um tom divertido.

Tirei as mãos do rosto e mesmo que estivesse quase explodindo por dentro, levei meus olhos ao rosto do garoto que estava abaixo de mim. Que estranho, "abaixo" ou seria de baixo? Mas o que realmente é constrangedor é que eu estou em cima dele.

— Q-quem disse que eu nunca beijei? – me atrevi a questioná-lo. Como ele podia ter tanta certeza? Só por quê ele me achava feia?

— É só... olhar pra você.... – ele sorriu de lado, até meio maldoso. Mas não me abalei, sustentei o olhar o desafiando, ainda por cima ergui a sobrancelha. – O quê? Não vai me dizer que você já beijou antes? – ele parecia incrédulo, e um pouco irritado?

Ele vivia irritado!!

— Sim... – suspirei. – Ma-as... não foi... – senti minhas bochechas quentes. – Não foi igual esse... que demos, foi só um selinho. – disse perdendo a postura ficando envergonhada por estar compartilhando aquilo com ele.

— Em quem? – ele questionou sério jogando o cabelo que lhe caía nos olhos, para trás. – Joshua? – sugeriu cerrando o maxilar.

Claro que ele sabia que a resposta era afirmativa, estava óbvio o meu nervosismo, eu não queria falar em voz alta, era de certa forma, estranho.

— Foi com o meu irmão Estéfane?– questionou já de certa forma impaciente, se sentando na cama de uma vez, quase fazendo com que eu caísse para trás, se seus braços não tivessem me sustentado em ainda em cima de si.

Ele me encarava bem de perto, estudando minhas expressões, e aquilo só piorava, pois parecia que ele estava me lendo.

— Sim. – eu disse por fim, desviando o olhar.

— Foi só...isso? – questionou calmamente, ao contrário do que eu estava esperando. Achei que ele iria surtar, como sempre.

— Claro que foi! – disse me sentindo ofendida, enquanto me levantava de cima dele.

Quem ele achava que eu era? As garotas que ele saía? Ashley?

— Por quê está irritada então? – se levantou também. – Se foi só isso mesmo, não precisa se alterar, foi só uma pergunta! – me encarou desconfiado.

— Mas e se tivesse acontecido mais alguma coisa? – o confrontei, porque sinceramente ele conseguia me tirar do sério. – E se a gente tivesse se beijado, sei lá de repente trans...