"Porque amar, também é deixar ir..."
Sabe aquele momento em que você já está acordada mas permanece com os olhos fechados, por uma tentativa de retomar o sono ou, não ter que encarar a realidade, quem sabe? Os raios de sol que invadiam a janela do local, não estavam a me incomodar tanto quanto um barulhinho irritante de unhas sendo batucadas em algum lugar, e só havia uma pessoa que eu conhecia que quando estava nervosa demais fazia aquele tipo de coisa, sim, Júlia Blossom.
Com certo receio, abri meus olhos devagar, precisei forçar um pouco minha visão para poder visualizar a imagem da minha melhor amiga sentada de frente a maca, com um livro entre as pernas. Quando se deu conta de que eu havia acordado, pude ver um certo alívio em seus olhos, enquanto caminhou até estar ao meu lado. Fez menção de me estapear ou algo do tipo, mas parece ter se lembrado de que eu estava internada e com agulha no braço, recuando ao bufar, cruzando os braços logo em seguida.
— A sua sorte, é que sua condição atual me impede de te agredir, porque se não fosse isso, você estava ferrada. – disse com certa irritação na voz. – Como você se atreveu a nos assustar dessa forma? Você acha que aquele imbecil merece que você chegue tão longe? – disse apontando para algo além da porta.
— Jason está... aqui? – murmurei baixo e com certa dificuldade.
— É só nisso que você prestou atenção Estéfane? Mesmo estando enfiada aqui por conta dele? – disse enraivecida se afastando, caminhando até a janela. – Sabe que foi graças a mim que você ainda está viva?
— Não sei se devo te agradecer.... uh... – disse me ajeitando, fazendo uma certa careta por tentar me sentar.
Júlia rolou os olhos e ajustou a maca facilitando minha vida.
— Talvez eu não quisesse mais... sabe... viver... – eu disse não me atrevendo a olhá-la.
— É uma pena ter que estragar aquele vaso tão bonito na sua cabeça... – disse admirando um vaso com umas rosas que estava logo ao lado da cabeceira. – Por quê está falando bobagem? Será que você bateu a cabeça muito forte quando desmaiou?
— Júlia... – resmunguei a encarando. – Por quê raios eu falar o que realmente estou sentindo é bobagem pra você?
— Porque aquele cretino não merece que você faça uma merda dessa, ele não merece que você se importe de alguma forma...
— Não é por ele Júlia. – a cortei negando com a cabeça. – São muitas coisas...
— Eu acho melhor você calar a sua boca. – ela me encarou furiosa. – Talvez hoje mesmo você tenha alta, nós vamos pra casa, você vai retomar a terapia, e você nunca mais vai ver o Jason, não se depender de mim.
Antes que eu pudesse argumentar, ouvimos algumas batidinhas na porta, e ela se abriu pouco, revelando apenas o rosto de quem eu menos queria ver naquele momento, seus fios dourados estavam bagunçados, seus olhos aparentavam estar meio cansados, e ele parecia abatido com algo, qual a razão dele estar ali?
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*Finalizada* Os Clichês não Existem
FanfictionTudo o que Estéfane não queria, era ser notada pelo grupinho mais popular do colégio, composto pelos quatro garotos mais bonitos do lugar, porém, os mais cruéis que ela já teve o desprazer de conhecer. Quando a garota chegou ao colégio, a um ano atr...