• Júlia, Hospital e Confissão.•

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Eu cresci em um lar totalmente desestruturado, com uma mãe que vivia sempre doente e um pai alcoólatra e machista, que batia na esposa e nos filhos se as coisas não saíssem como ele esperava

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Eu cresci em um lar totalmente desestruturado, com uma mãe que vivia sempre doente e um pai alcoólatra e machista, que batia na esposa e nos filhos se as coisas não saíssem como ele esperava. Meu irmão mais velho, que por anos presenciou cenas violentas em casa junto a mim, imaginei que seria totalmente o oposto do nosso pai, que faria diferente, mas tudo que ele fez, foi agir como um otário quando atingiu a maioridade.

Henrique brigou com a mamãe e alegou não precisar mais dela e nem do nosso pai para nada, foi quando ele arrumou um emprego em outra cidade e se mudou. Quando finalmente conseguiu cursar medicina, ele engravidou uma estudante de ensino médio, e não assumiu o filho. Isso mesmo, ele não quis mais saber da garota, e nem do bebê e nós só sabemos da existência dessa criança porque a família dela veio nos procurar, e eu e a mamãe fizemos o que podíamos claro, e ainda fazemos.

Heloísa hoje aos quatro aninhos, é uma criança adorável, e viu meu irmão poucas vezes na vida, ele simplesmente não faz questão alguma.

Preciso dizer que, nos dias atuais, ninguém sabe sobre ele, e nem sobre o meu pai, pois ele simplesmente se mandou também, o que foi um grande alívio. Eu podia sair e deixar minha mãe em casa sem medo de voltar e encontrá-la desacordada por ter sido espancada, estuprada, em uma situação lamentável. Meu pai, era um monstro com a gente, e muito me admira que meu irmão tenha se tornado um embuste como ele depois de passar por tudo que passou.

Meu pai acabou se casando um tempo depois e formou outra família, com quem ele se dá super bem. Sei lá, talvez o problema fosse nós, a nossa família.

Meu primeiro namorado me traiu após os primeiros meses de namoro, com a minha única amiga da época e que também era minha vizinha, e quando eu descobri, ela já estava gravída. Eu jamais contei para a minha mãe o ocorrido, mas sofri muito por conta disso.

Eu era só uma garota insegura de quatorze anos, estava me descobrindo, me aceitando, tentando me amar.

Foi aí que eu criei uma aversão ao sexo masculino por um bom tempo.

Eu odiava os homens com todas as minhas forças. E por um tempo, começaram a achar que eu fosse lésbica, porque nenhum garoto tinha coragem de chegar perto, já sabendo que corria o risco de ser muito maltratado. Claro que não me orgulho de ter agido assim, eu dispensei muitas possíveis chances de algo bacana acontecer comigo, mas eu estava profundamente chateada e as únicas três figuras masculinas que eu tive na vida haviam sido péssimas.

Quando eu conheci Estéfane naquele dia da biblioteca, ao olhar para ela eu sabia que estava diante a uma garota bem parecida comigo há alguns anos. E mesmo tendo a mesma idade, apesar de ser mais baixa, senti uma imensa vontade de protegê-la.

*Finalizada* Os Clichês não Existem Onde histórias criam vida. Descubra agora