• Início de uma Confusão •

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Ponto de Vista By Jason Miller

      Eu estava uns vinte minutos atrasado para a minha sessão de terapia - que ocorria todas às sextas-feiras ás 15 h - e sinceramente, não me importava nem um pouco para essa bobagem, eu só chegava lá sentava a minha bunda naquela poltrona velha...

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Eu estava uns vinte minutos atrasado para a minha sessão de terapia - que ocorria todas às sextas-feiras ás 15 h - e sinceramente, não me importava nem um pouco para essa bobagem, eu só chegava lá sentava a minha bunda naquela poltrona velha de couro e a ruiva falava um monte de coisas inúteis que me faziam ficar pior do que estava, mas meu pai insistia em dizer que eu estava louco, e que precisava do filho "normal" de volta.

Mas talvez, só talvez....
Esse filho que ele tanto procura, tenha sido enterrado naquele 21 de julho, junto com Verônica Miller, a única mulher que fui capaz de amar em toda minha vida, minha mãe.

Como eu sentia falta dela.

Natasha - minha madrasta - é legal, mas eu não consigo vê-la como uma figura materna ou nem nada parecido, por mais que ela se esforce para me agradar, eu simplesmente não posso dar essa chance a ela. Eu confesso que nunca fui o anjinho dos meus pais, mas depois que a minha mãe se foi, eu piorei, em todos os quesitos possíveis, eu odiava viver, então estava vivendo da maneira mais medíocre possível.

Festas, racha, drogas, sexo.

0 amor, 0 romance, 0 fraqueza.

Eu costuma me contentar em apenas passar todos os dias naquele maldito colégio sendo idolatrado por todos, pegando qualquer garota já que abriam as pernas pra mim fácil, e pegando no pé dos esquisitos ou qualquer pessoa que me parecesse inferior a mim ou aos meus amigos. Mas com tempo percebi que na verdade toda essa implicância que eu tinha com os outros, se dava ao fato de que eles tinham algo que muitas das vezes eu não tinha, inteligência, reconhecimento, alegria, amor... e com tão pouco...

Entendam, não é que eu não queira ser um garoto melhor, mas o único Jason que eu consigo ser é esse, esnobe, frio e indiferente. Mas como eu ia dizendo, eu me contentava vivendo assim, enchendo a cara nos fins de seamana, mas, quando eu coloquei meus olhos nela, tudo mudou.

Totalmente a merda de um clichê mas, ela estava atrasada - o que obviamente não era comum para pessoas como ela - foi quando trombou comigo e seus três grossos livros foram ao chão e ela quase me levou junto se eu não tivesse me esforçado para manter a postura. Analisando-a pude perceber o quão diferente de mim ela era, suas roupas meio velhas e desbotadas e por estarem um pouco justas nela dava para ver as gordurinhas saltando da calça, e também as mãos gordinhas e as bochechas bem grandes e redondas não negavam, ela era bem cheinha, alta, quase do meu tamnho para ser mais exato, sobrancelhas grossas e juntas, espinhas no rosto, cabelo bagunçado, volumoso e seco em um rabo de cavalo mal feito e ah... aqueles óculos horríveis. Mas ao contrário do esperado por mim, ela não ficou com medo, tremendo como um cachorrinho ou nas nuvens ao me encarar, mas sim se abaixou devagar e pegou seus pertences, quando levantou e seus olhos focaram em mim ela sorriu, deu risada da situação e se desculpou, e caramba como o sorriso dela era bonito!

*Finalizada* Os Clichês não Existem Onde histórias criam vida. Descubra agora