Epílogo - Capítulo Extra

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Mesmo com a torcida do Modena gritando a cada ponto do time e ainda sendo alternada entre o meu colo e o da dona Vera, Elisa não despertou do seu querido cochilo da tarde. Só quando o pai marcou o último ponto da partida e que a arquibancada passou a cantar mais alto, foi que ela arregalou os olhos e abriu o berro.

Tentamos a todo custo fazer ela se acalmar, mas era a sua primeira vez no estádio e era óbvio que ela estava assustada.

- Olha lá o papai! - eu disse apontando para o Bruno no meio de quadra, cumprimentando algumas pessoas e ela logo fixou o  olhar nele, o que vez eu e minha sogra rir. Seus olhos ainda estavam marejados, mas seu sorriso era o mais largo de todos ao ver o pai dela. Bem puxa saco mesmo!

Ela tentava chamar a atenção do pai, até balbuciando algumas sílabas que não tinham sentido nenhum.

- Já tá assim, querendo falar? - minha sogra comentou, rindo ao observar a neta.

- Tá sim, bem pra frente! - ela gargalhou - Ela e o Bruno ficam até "conversando" de noite, por isso não vou me espantar se a primeira palavra dela for "papai"! - rimos e eu alternava meu olhar entre Elisa e o Bruno, até que ele finalmente começou a caminhar em nossa direção e veio acenando para a pequena, que ficou inquieta no meu colo até finalmente ele chegar lá e estender os braços para a pegar no colo.

- Você dormiu o jogo todinho e agora vem toda de sorrisos para mim? - Bruno falou pra ela, que riu ainda mais, com certeza não entendendo nada, mas achando o maior barato. Novamente ela tentava se comunicar com o pai, o que só fazia dona Vera rir ainda mais ao meu lado - Gostaram do jogo?

- No geral, vocês foram bem! - minha sogra comentou e eu acabei soltando uma risada, porque sabia que ela só estava querendo implicar com o Bruno. Ele sempre dizia que a mãe analisava cada movimento dele em campo, mesmo que não quisesse, mas era dela mesmo por já ter jogado e entender muito do assunto.

- É, se saíram bem! - comentei, ainda rindo e Bruno revirou os olhos, mas logo também riu e segurou a minha mão, a acariciando.

- Vocês duas são bem implicantes, pelo amor de Deus! - Elisa deu um grito e nos assustou. Olhamos pra ela e na verdade estava rindo, olhando pra o outro lado da quadra - O que foi, hein bebê? - Bruno perguntou e se virou pra ver o que acontecia.

Dona Vera e eu percebemos que na verdade ela olhava pra outra criança que estava no colo da mãe, na arquibancada. Um menino que também não tinha saído das fraldas e por isso nós rimos muito, mas rimos ainda mais da cara que o Bruno fez.

- É, dona Elisa! - eu disse ainda entre risos e Bruno ainda estava com a cara fechada.

- Vê se pode! Ana, quando essa menina crescer, a gente vai fazer o quê pra segurar ela?

- Nada, deixa ela!

- Como assim deixa ela? - ri.

- Tomara que ela ame namorar, Bruno! Só pra te dar trabalho!

- Só pra me matar infartado, você quis dizer, né?

Meu Tudo - B. RezendeOnde histórias criam vida. Descubra agora