Meu Tudo - B. Rezende

Capítulo 18

BRUNO POV:

- Ei, Bruno! - Guilherme, meu empresário, me cumprimentou assim que cheguei ao hall do hotel.

- Ei! - demos um abraço curto - Catia! - disse para a mulher que se levantou com um largo sorriso.

- Bruno! - disse meu nome com o sotaque italiano, dando um abraço em mim - Como está hoje esse ombro?

- Menos dolorido! - comentei, rindo.

- Bom, já pedi o nosso café! Vamos nos sentar pra comer?

- Vamos sim! - disse me sentando ao lado do Guilherme e a presidente do Modena na nossa frente.

- Fiquei sabendo que já tem muito oferta por você no Brasil!

- Até tem, mas vou ser sincero que não está animador jogar lá!.

- Fiquei sabendo também da enorme dívida do Taubaté com você!

- Pois é! E saber que vocês estão interessados em me contratar novamente é até inacreditável! - rimos.

- Bom, a nossa oferta está aqui, estava até conversando com o Guilherme sobre! - me entregou um papel - Você já esteve com a gente, Bruno e sabe que como nos trabalhamos!

- E eu posso te dar resposta até quando?

- Pelo menos assim que acabar a Liga das Nações, vamos começar a anunciar as nossas contratações mais ou menos lá! Só pra te dar uma animada e ter uma noção do time que estamos querendo montar, Earvin N'Gapeth assinou os papéis há dois dias!

- Vai ser um timão, hein! - Gui comentou e eu concordei. - Não quer fechar de uma vez, Bruno! Já li tudo e está conforme você tinha me pedido.

- Não sei, Gui! Prefiro esperar por conta de alguns assuntos pessoais! - comentei, me referindo à Ana. Eu não poderia simplesmente me mudar pra Itália daqui alguns meses sem ter uma noção de como nós dois vamos ficar porque será muito difícil pra gente.

- Não, tudo bem, Bruno! - Catia comentou - No seu tempo! - sorri.

- Obrigado!

- Bom, vamos tomar café porque vocês ainda tem um vôo pra pegar!

Sorrimos e comemos enquanto falávamos sobre os amistosos, mas logo Catia teve que ir e nós dois também tínhamos um vôo para pegar.

Subi para o quarto, conferindo se estava tudo guardado nas minhas malas e Guilherme foi descendo com elas até o hall. Antes de sairmos do hotel, meu pai veio me ver novamente, depois de ter ficado a noite toda no hospital comigo.

- Pega leve com esse ombro pra evitar maiores complicações! - me alertou.

- Pode deixar, pai!

Nós despedimos e também fiz o mesmo com o pessoal do time e dei algumas orientações para eles manterem a cabeça no lugar o restante dos jogos. Guilherme e eu pegamos um táxi em direção ao aeroporto e ainda ficamos por lá quase uma hora antes podemos entrar no avião.

Seriam doze longas horas de viagem até o Rio e cada hora que passava eu sabia que estava próximo de reencontrar a Ana.

...

Me despedi do Guilherme, que ainda permaneceria no vôo para chegar em São Paulo e eu desci. Assim que desci as escadas rolantes, vi o sorriso da minha mãe se alargar. Ela insistiu em passar alguns dias comigo para me ajudar.

- Mãe! - eu disse a abraçando.

- Oi, meu amor! Como que tá esse ombro?

- Tá melhorando a dor aos poucos! - ela sorriu. Minha mãe me ajudou com as malas e fomos caminhando até o carro - Foi tranquila a viagem de Campinas até aqui?

- Foi sim, meu bem! Cheguei hoje a tarde e fui direto lá em Saquarema buscar seu carro!

- Já comeu algo?

- Comi sim, me fizeram comer lá no CT! - ri - E você?

- Já comi no avião! - ela assentiu e como já estávamos próximos ao meu carro, ela foi guardar minhas bolsas no porta malas e eu me ajeitei no banco carona.

- Então chegarmos em casa é banho e cama! - dona Vera comentou, adentrando no carro e eu ri.

- É o que eu mais quero!

- E como foi a reunião com o pessoal do Modena? - ela disse já de olho no trânsito.

- Melhor impossível, uma ótima oferta!

- Então você fechou com eles?

- Ainda não!

- Ué, Bruno?

- É só que eu fiquei pensando na Ana e... Estamos bem agora, mãe! Eu demorei para achar alguém que eu gostasse tanto e se eu for pra Itália pode estragar tudo! Vou esperar um pouco pra ver como isso fica!

- Relaxa, meu filho! Até setembro tem muita coisa para acontecer e eu tenho certeza de que vocês dois vão achar a melhor solução! Você já falou com ela sobre a possibilidade de você ir pra outro país?

- Não, não tive coragem ainda!

- Não adia muito isso, Bruno! - suspirei.

- Eu sei, eu sei!

- E quando vou conhecer ela?

- Provavelmente amanhã! Ela disse que ia lá em casa mais tarde, depois que ela saísse do estágio! - minha mãe assentiu, sorrindo.

- Sabia que eu tô muito feliz em te ver feliz? Já tava na hora de você deixar essa solteirice! - minha mãe brincou e eu ri.

Chegamos no meu apartamento e falei para minha mãe tomar banho enquanto eu guardava algumas coisas da minha mala. Guardei algumas coisas como perfume e sabonete e até achei o desenho que o Théo tinha feito. Sorri e caminhei até a cozinha, o colocando na porta da geladeira.

Guardei as roupas limpas e o restante eu iria guardar de manhã. Escolhi uma roupa e fui tomar banho enquanto minha mãe já ajeitava nossas camas para dormir.

Depois de muita dificuldade tirando a tipóia e depois colocando de volta, finalizei meu banho e saí, encontrando minha mãe já dormindo. Sorri e me deitei, pegando meu celular e mandando mensagem para Ana, dizendo que já estava em casa e que amanhã seria o melhor dia dessa semana, porque nos veríamos de novo.