Meu Tudo - B. Rezende

Capítulo 56

ANA POV:

Só tinha estado dentro de um avião junto com o Bruno, quando fomos para Campinas visitar a sua mãe, mas foi por poucas horas e agora eu teria que ficar mais de meio dia aqui.

Quando o avião decolou, sabia que não tinha mais jeito de voltar atrás, não que eu quisesse. Mas a minha insegurança voltava à tona, pensando se ele tinha tido a paciência mesmo de me esperar, mesmo depois desses meses todos.

Respirei fundo, tentando afastar tudo aquilo e me concentrei por um tempo em planejar tudo que falaria a ele, mesmo sabendo que na hora, eu iria me embananar com as palavras, mas era bom ter uma noção do que eu realmente queria dizer para o Bruno.

Como as horas pareciam nunca passar e o sono misturado com o cansaço, dos últimos dias corridos, se juntaram, resolvi me acomodar e dormir um pouco.

...

A chuva caia de leve quando cheguei no Centro de Treinamento do Modena, na esperança de encontrar o Bruno, que segundo a sua mãe, treinava até às seis da noite hoje, porque ela havia se encarregado de perguntar isso pra ele, de forma discreta.

Sabia que não passaria fácil pelos seguranças, então procurei meu celular, na intenção de ligar para o jogador, mas sou surpreendida por um buzina.

Olho para o carro e vejo Leal acenando para mim, com uma cara de interrogação. Ri e sai do táxi, pedindo que o motorista aguardasse só mais alguns minutos.

- Ana? Tá fazendo o quê aqui? - me perguntou, com seu sotaque que eu achava muito legal.

- Procurando o Bruno! - sorri amarelo.

- Ele já foi embora!

- Sério? - fiz uma careta.

- Ele esqueceu de te esperar?

- Na verdade, ele nem sabe que eu tô aqui! - ri nasalmente e ele sorriu.

- Entendi! Quer uma carona até lá?

- Não é por nada não, mas se não for atrapalhar, eu aceito a carona sim!

- Não vai, é no meu caminho! - assenti.

- Tá, vou pegar as minhas malas e pagar o táxi! - ele assentiu e desligou o carro, vindo me ajudar com as minhas coisas.

Depois que o táxi saiu, eu adentrei no seu carro, colocando o cinto e Leal fez o mesmo.

- Como estão a Sheylla e as crianças?

- Estão bem, já estavam até com saudades de você! - sorri e ele deu partida no carro.

- Temos que marcar algo!

- E vamos, ainda mais agora que você tá aqui! - dei um sorriso de lado, pensando se Bruno realmente iria querer que eu ficasse - O que foi?

- Nada, só paranóia da minha cabeça! - suspirei fundo - Como o Bruno está esses dias?

- Bem, ele tem estado mais ou menos, focado no time!

- E ele tem saído com alguém? - fiz a pergunta que eu tanto queria, que estava entalada na garganta. Ouvi a risada do Leal.

- Não! Ele só vai de casa pro treino, treino pra casa e para os jogos! Muito difícil ele sair com o pessoal! - assenti - Tá com medo de como ele vai reagir ao te ver?

- Bastante!

- Relaxa, Aninha! Vai dar bom! - ri.

- Espero! - eu disse observando as ruas, agora com a chuva um pouco mais grossa.

- É nesse prédio! - disse parando o carro e apontando para o nosso lado, depois de poucos minutos na estrada. Analisei bem o edifício, tentando colocar as palavras que diria ao Bruno em ordem na mente.

- Bom, obrigada! - disse soltando o cinto.

- Não há de quê! - sorri - Qualquer coisa, pode me ligar ou ligar pra Sheylla também! Ela vai pirar ao saber que você está aqui! - ri e peguei meu celular.

- Conhecendo ela, vai mesmo! - rimos.

- Vou ligar pra ele! - disse, abrindo o contato dele no WhatsApp.

- Vou esperar então pra ver se você consegue falar com ele! - assenti e Leal abaixou ainda mais o som do carro e ficou me observando, enquanto eu ouvia chamar, na esperança de que ele me atendesse.