5.2 - ... e na guerra...

9 2 0
                                    

4723 Wards

A coroa dela caiu e eu a peguei do chão

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A coroa dela caiu e eu a peguei do chão.

Como sempre, minha querida irmãzinha era muito avoada e parecia não dar valor algum a aquele objeto. A devolvi enquanto observava partir junto do Feérico que sempre a acompanhava pelas sobras como um troll soturno e macabro.

Não conseguia conceber como ela podia não ter medo de tal criatura; e parei por um segundo para imaginar como seria a escolhida de meu irmão para se tornar sua rainha. Minha cabeça estava explodindo de pensamentos aleatórios; parecia desejar fugir da realidade onde me enfiei: afinal, logo após a coroação de meu irmão eu e Los iríamos partir para nossos destinos.

Tudo passou de uma forma tão...

Parecia um sonho, onde se saltava de um momento a outro dando foco apenas a situações relevantes como um livro muito bem planejado. Eu não conseguia perceber nada direito, mas isso era apenas o stress e o medo me tomando.

Os escolhidos a zarpar comigo me olhavam com ódio, e não os podia julgar.

Precisamos de um navegador, cozinheiro, outros guerreiros e um pessoal para compor uma tripulação mínima; e pelo menor que fosse ainda estavam sendo obrigados a ir a uma guerra que não era deles, por minha causa. A minha missão suicida não era só minha e eu tinha plena noção deste egoísmo; e por conta disto não conseguia aproveitar a festa da coroa nem a de despedida.

Soube do decreto de meu irmão durante a festa, e do surto de um de nossos parentes ao saber os cortes; e como havia sido partido ao meio sem nem mesmo perceber o que o havia atingido. Soube das demais tentativas de matar meu irmão, e como foram completamente frustradas pelo machado do feérico marinho que guardava nosso novo rei; e entendi um pouco mais a escolha de meus pais. O garoto não era apenas uma bola de amor... ele sabia ser um meteoro destruindo tudo sem medo. Era realmente poderoso e intimidador quando desejava; trazendo uma mudança total assim como seu nome indica, dentro dos contos de terror.

O medo e o encanto.




Ao ver o navio de Los partindo pela rota segura, minha alma se acalmou; imagino que todos os tripulantes foram muito bem escolhidos e que nosso Rei havia feito de tudo para que nosso querido caçula ficasse seguro em sua aventura.

Olhei então para o meu próprio horizonte, sabendo que não existiam rotas seguras até o reino que pretendia resgatar, e que a única possível era tomada por redemoinhos, cada um deles com seu próprio nome. Um feitiço cruel que meu avô contou ter sido criado pelas criaturas marinhas.

Sendo que as demais rotas eram tomadas por recifes que destroçaram a embarcação, ou um longo período caminhando a pé sem recursos suficientes entre montanhas e desertos que impedia qualquer carruagem ou montaria de trafegar.

Olhei então para o ser ao meu lado: nosso capitão, um feérico marinho que sorria tranquilo com a viagem. Seu corpo macio e esguio era bem diferente da raça do guarda particular do rei, sendo que este se assemelhava muito mais a uma criatura marinha humanoide diferente do guerreiro que parecia um ser humano com detalhes de seres diversos, como as galhadas garras e escamas criando calda apenas detro dagua.

Afazeres das LuasOnde histórias criam vida. Descubra agora