Capitulo 1: Catra encontra um gatinhe.

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Catra grunhiu quando bateu contra uma árvore, sentindo seu corpo inteiro queimando. Parece que apesar de continuar com a rotina de treinos ela enferrujou um pouco. Fazia tempo que só mandavam robôs, ela era a maior general de Hordak agora, não tinha tempo para brigas menores, tinha uma guerra para vencer.

Entretanto aquele vilarejo parecia tão fácil, ela precisava se distrair, destruir alguma coisa ou alguém. Mas ela não esperava que a população respondesse com tanta força. Tinha que acabar logo ou ela teria que encarar alguma princesa idiota. Eles estavam quase terminando de prender os pequenos rebeldes no povoado quando um brilho intenso veio de alguns metros dela, mas para sua surpresa no lugar do brilho havia apenas uma criança. Nenhuma princesa. Ela se demorou encarando o pequeno por mais tempo que deveria. Algo na forma como estava assustado e se parecia com ela: um gato, mas de pelo mais claro e olhos azuis, lhe chamou atenção. Mas logo a general se recompôs.

— Vamos! Subam a bandeira territorial e posicionem os tanques! Hora de ir! — grunhiu empurrando um soldado qualquer.

— Mãe! — ela captou que a criança desconhecida corria até ela.— Mamãe!

  Catra não teve reação nos primeiros segundos. Ela ficou imóvel, sentindo os bracinhos pequenos abraçarem sua coxa e a cabeça bater quase em sua cintura. Quando a felina finalmente voltou a si, empurrou o pequeno gatinho para o guarda mais próximo.

— Acha a mãe desse! — ordenou entre os dentes.

— Não! NÃO! MÃE! — gritou ê pequene, confuso por ser afastado dela.

— E se eu não achar? — perguntou o soldado segurando o gatinho arisco.

Catra mordeu o lábio. Ela odiava isso.

— Coloque com os outros órfaos filhos da Horda.

— MÃE! — gritou o gatinho mais uma vez, chorando e esticando as mãozinhas para ela.

Catra entrou no esquife e torceu silenciosamente para encontrarem os pais daquele.


A próxima vez que ela viu aquele gatinho foi na sala de treino. Ela não conseguia dormir ou solucionar o problema das primeiras fronteiras de Salineas, então decidiu caminhar pelos corredores. Ver alguns rostos apavorados, raivosos ou machucados.

Ela acabou na sala de treinamento mirim, mas só porque aquela criança estupida continuava chamando sua atenção. Estava usando uniforme da Horda agora e parecia mais machucado e mal tratado do que quando o encontrou pela primeira vez. Era bom em se esquivar e fugir, assim como ela, mas não em lutar, as outras crianças se livravam dele com facilidade.

Quando o treinamento acabou um garoto maior começou a empurra-lo de novo e de novo com equipamento.

— Cadê suas mães hein Finn?! Achei que você disse que elas viriam te salvar!

— Para Carl! É difícil perder os pais! — interviu outra criança.

— Eu não perdi minhas mães! —murmurou Finn, irritado com os empurrões. — Elas vão vir me pegar!

Carl deu mais um empurrão com o bastão,mais forte dessa vez. Finn caiu no chão com o impacto.

— Suas mães morreram! Ninguém se importa com você mais! Você vai morrer aqui e sozinho!

Catra não sabia porque, mas algo a fez entrar na sala nesse momento, batendo a porta atrás de si. As crianças logo se organizaram em posição de sentido. Menos Finn, mais preocupado com o sangue no nariz. Catra respirou, agora que estava aqui ela não sabia o que dizer.

— Estão liberados do treino, vão arrumar os dormitórios.— as crianças obedeceram com prontidão. Finn se levantou lentamente enquanto isso.

— Eu te odeio.— murmurou.

A quebra na linha do tempo Onde histórias criam vida. Descubra agora