Catra não ficaria para escutar sua antiga tutora mandando ela abandonar seu filhe. Ela não tinha direito algum a palavra agora.
— Fodase você e a magia de Etheria.
Shadow Weaver a encarou com desgosto e indiferença. Depois voltou a Adora. Mais séria.
— O mecanismo liberta a magia contida no coração. Prime não será capaz de destruir tudo ou usá-lo como uma arma.— explicou a bruxa. — Temos que ir agora.
— É verdade. O mecanismo foi construído por aliados de Mara.— disse Bow.— Meus pais descobriram antigos escritos dos primeiros sobre isso.
Adora respirou fundo. Confusa. Muitas informações de uma vez. Mas Catra sabia o que ela precisava fazer desde o início. Ela simplesmente se virou e saiu do acampamento.
— Catra? — ela ouviu Adora chamar. E passos apressados atrás dela.— Onde você vai?
— Pegar Finn.
— Não vai funcionar! — gritou Shadow Weaver, adoras delas.— Se perdermos Shera e a magia, ele vence.
— Catra! Precisamos pensar! — resmungou Adora.
Catra parou. Algumas lágrimas no rosto apesar dela estar tentando não pensar em como Adora estava escolhendo Shadow Weaver e a rebelião ao invés dela de novo.
— Pensar no que?! Em abandonar nosso filhe?!
A loira piscou, peito subindo e descendo muito rápido.
— A mãe está com elu.
— Nos também somos mães delu!
Adora levou as mãos à cabeça, olhando entre Shadow Weaver e Catra.
— Eu sou a única que pode proteger o planeta. E-eu... eu não p-posso... pegar elu.
Catra deu de ombros. Uma lágrima solitária escapou de seu alcance e ela a limpou. Ela podia ver as lágrimas nos olhos azuis de Adora também.
— Catra.. — Chorou a loira tentando se aproximar.
— ADORA! — gritou Shadow Weaver, fazendo as duas garotas estremecerem. Catra deu mais um passo para trás.
— Eu não vou decepcionar ê único que me amou de verdade.
— Por favor.. — Soluçou Adora, abraçando o peito como se seu próprio coração estivesse estilhaçando em seus dedos.
Catra simplesmente virou as costas e adentrou na mata escura sozinha. Ouvindo a longa distância os soluços da princesa que escolheu ficar para trás.
*
Adora folheou muitas vezes o livro de receita de Razz. E não encontrou nada. Então decidiu pedir ajuda ao melhores magos que conhecia.
— Parece uma receita comum de torta de morango pra mim.— murmurou Glimmer. — E Pra você pai?
Micah tinha o senho franzido e estava muito concentrado.
— Mas essa receita não faz sentido algum, olha! Quem coloca arroz e alface na... — algo pareceu clicar em sua mente.— Espera! Não pode ser.
— O que? — perguntou Adora.
— No início da guerra, eu e sua mãe trocávamos correspondências criptografaras. Disfarçadas de receitas.
Ele saiu pela biblioteca do castelo, procurando algo. Adora observou ansiosa ele tirar livro após livro e devolver. Até abrir um baú e tirar várias coisas, até finalmente achar um simples livro de capa comum.
— Preciso de algum tempo pra tentar traduzir. Estou enferrujado.
Adora mordeu o lábio.
— Posso ajudar?
— Ei. Melhor descansar um pouco. — chamou Glimmer. Adora andava meio enjoada há algum tempo. Glimmer e Bow estavam preocupados com os vômitos frequentes.
— Não. Eu posso fazer isso.Acontece que ela não podia. As letras se misturavam. Quando ela achava que tinha entendido uma linha descobria que olhada na referência errada. E isso acabou em dormir em cima da papelada.
Ela sonhou com Razz. Foi estranho. Ela estava de volta ao navio de Prime.
— Mamãe tô com medo.
— FINN? Cade você?
— Quando você vai nos salvar?
— FINN? — gritou Adora para o eco do navio.
— Precisa nos localizar. Precisa nos tirar daqui, mãe!Ela acordou sobressalta. Uma página de livro colada na cara:
— FINN?!
— Ei! Shh.— tranquilizou Micah ao seu lado.— Tudo bem! Você teve um pesadelo!
Adora respirou fundo. Sentindo falta de sua esposa para a acalmar em uma situação dessas.
— A boa notícia é que terminei! E você vai gostar de ver isso.
— O que? — Adora se levantou. A receita da torta de morango.
— O livro tem alguns feitiços e técnicas de magia e de sobrevivência. Acho que sua amiga começou a escrever para não se esquecer das coisas. Não terminei toda tradução do livro. Mas achei algo que pode nos ajudar. Um feitiço de localização.
Adora franziu o cenho.
— Já tentamos, não funcionou.
— Não, mas esse.. é mais forte. É único. Ele é feito para atravessar dimensões. Exatamente o que precisamos. Só vamos precisar do seu sangue para rastrear Finn.
Um sorriso começou a se formar na boca de Adora. Ela ia pegar sua família de volta.
*
— Mamãe? Eu quero ir embora daqui.— chorou Finn. — Quando mamãe Adora vem nos levar pra casa?.
Catra ê abraçou mais forte, encostando a bochecha na cabeça delu.
— Hey shh. Tá tudo bem.
— Eu to com medo! Não gosto daquele homem.
— Eu sei, Finn.. — A general suspirou, tirando um pouco da franja delu do rosto. — Se lembra quando um príncipe de uma terra distante fez uma parada no nosso planeta?
Finn assentiu com um pouco de dúvida. Elu tinha apenas 2 anos na época.
— Ele queria que mamãe casasse com ele.. e eu — Finn soltou um riso.— cortei o bum bum dele.
— Eu sei que ficamos bravas. Mas a verdade é que nos sentimos tão orgulhosas, queride.
Finn sorriu de volta e ela trouxe sua cabeça pra perto, beijando a testa.
— Você é ê gatinhe mais forte e corajosa que eu já conheci. — sussurrou ela massageando a bochecha delu.
Finn assentiu, deixando um ronronar baixinho escapar de seu peito, sua mãe incentivou o lugar seguro, ronronando baixinho para ê acolher.
Elu decidiu ficar encarando o corredor vazio lá fora por um tempo. Foi então que percebeu algo estranho na cela ao lado. Algo como vagalumes.
— Mamãe? O que é aquilo? — perguntou.
Catra franziu o cenho.— N-não pode ser...
— O que é?
Catra se levantou, andando até a parede e apoiando as mãos nela.
— Melog?
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A quebra na linha do tempo
Fiksi PenggemarCatra nunca esperaria encontrar um gatinhe que tinha seu cheiro e de Adora alegando ser seu filhe e que entrou num portal mágico. Adora não acreditava que a general da Horda se arriscaria tanto por um gatinhe fofo. Mas ela não podia impedir a si...