|| Gabriela Alcântara ||
📍 Rio de Janeiro, Alemão, Terça-feira, 17:00.
O caminho até o morro foi uma graça, ora os meninos fofocavam do pessoal do morro, ora se tremiam de medo por causa da Athena e do Zeus.
Chegando lá, fui em direção a praça e estacionei, os dois pularam pra fora com tanta pressa que quase caíram.
Tiro os cachorros do carro sabendo que o alemão é o único lugar além do Vidigal em que eles ficam calmos. Provavelmente seja porque moramos por anos aqui.
Caminho com eles por um tempo, e vou até a quadra ver se meus meninos estão por lá, esse lugar me transmite uma paz absurda, invés de me sentir mal por não ter o Kauê aqui comigo, eu me sinto tão bem, me faz sentir mais próxima a ele.
Quando eu morava por aqui, abri diversos projetos sociais, por isso conheço quase todos os moradores.
Vou cumprimentando geral pelo caminho e sorrio ao saber que tudo que fiz aqui foi por amor.
Chego na quadra da praça e sorrio ao ver as crianças jogando bola, senti falta daqui, confesso.
Solto os cachorros da guia, e os dois deitam perto das arquibancadas.
Caminho até os meninos que nem notaram minha presença ali.
- Gabriela: será que tem um espaço aí pra eu jogar também? - pergunto para eles que param na mesma hora de jogar e abrem um sorriso ao me ver.
Eles vem correndo na minha direção e me abraçam, converso um pouco com eles, pergunto como tá tudo por aqui e eles me disseram que gostam muito do coringa, que apesar de sentirem falta do K4, ele faz muito bem pra comunidade.
Jogo bola com eles por um hora mais ou menos, dando muita risada deles brigando pra mim revezar os times, senti tanta falta desse carinho todo.
Quando termino de brincar com eles tô suando e cansada, tô ficando velha mesmo.
Caminho até a arquibancada e dou risada ao ver os vapores, o Coringa e o Cabelinho sentados ali e ao mesmo tempo se cuidando por causa dos meus bebês.
Faço um toque com os vapores e o Coringa e dou um selinho no cabelinho
Pego a cerveja que ele tava tomando e sento no colo do mesmo. Athena e Zeus já correm pra perto de mim e se deitam nos meus pés.
- Cabelinho: mas fala doidona, como que foi na delegacia ? - pergunta rindo enquanto faz um carinho na minha perna.
- Gabriela: tudo mec, Castilho tentou graça, mas até parece que se cresce comigo - reviro os olhos e bebo mais minha cerveja.
- Coringa: Aí menor, tu tinha que ver, ficou que nem um otário na frente da doutora, pedindo desculpa e tudo - diz dando um leve riso enquanto puxa a fumaça do baseado.
- Cabelinho: comédia do caralho, onde já se viu levar o mano na covardia, mas deixa estar, qualquer dia nós se tromba - fala bravo e eu dou risada
- Gabriela: vou tomar um banho lá na tua casa jaé?! Trouxe roupa, quero ir no bar do seu Zé mais tarde e tô fedendo - faço uma careta
- Cabelinho: ainda gata, vambora - da um tapinha na minha perna e eu me levanto, chamo os cachorros e faço um toque com os meninos - mais tarde vamo tomar uma com a doutora po - diz pros moleques e eles concordam.
Vamos caminhando até a casa dele e ele me conta as fofocas do pessoal que eu conhecia, só resenha com o Vitor Hugo cara, não dá.
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Entre A Lei e O Amor
Romance📍 Rio de Janeiro, Alemão || Vidigal. Em seus vinte e seis anos, Gabriela pensou já ter vivido tudo que a vida lhe guardava, um romance de novela, a chegada de dois filhos incríveis e também a sua ligação maravilhosa com seu pai. Conquistou sua ind...