Entre A Lei e O Amor

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|| André Oliveira ||

📍Rio de Janeiro, Alemão, Quinta-feira, 17:00.

Apago a ponta do baseado no cinzeiro enquanto leio a papelada dos armamentos, até então tudo certo.

A semana foi a maior correria, mudei todo o esquema de segurança e administração aqui do morro, ainda não sei o quanto o desgraçado do Freitas tá sabendo sobre minha gestão.

Me escoro na cadeira pensando que tenho que ver a doutora, preciso falar com ela do caso do Thiago.

Ela me deu o papo na reunião que tá movimentando o bagulho pra tirar ele de lá o quanto antes.

Respiro fundo e crio coragem de sair do ar condicionado nesse calor do caralho.

Saio da boca deixando avisado que não quero vacilo na minha ausência, cabelinho apesar de ser daquele jeito, é um ótimo sub.

Passo na pensão da coroa só pra dar um cheiro nela, e vou pra minha goma.

Tono um banho rápido, coloco só um calção de ficar em casa e desço pra sala, me sento no sofá do lado do Bruce e ligo pra mandada.

Ligação on:

— Doutora: fala parceiro - suspira cansada - o que manda?

— André: po mandada, ia te chamar pra tratar do caso do mano lá, mas tu parece cansadona - digo repensando chamar ela.

— Doutora: vou mentir não, tô morta, mas se tu pedir uma pizza e um açaí eu broto ai agora - dou risada do jeito que ela se animou falando de comida - falando sério agora, preciso finalizar o caso dele contigo ainda hoje, daqui 1 hora e meia mais ou menos tô aí fechou?! - concordo com ela e desligo a chamada.

Ligação off.

Levanto e vou resolver umas questões das cargas de drogas que devem chegar amanhã.

Faço umas ligações e só paro quando escuto a campanha tocando, olho no celular e já são 19h00, percebo que passei todo o tempo que a morena falou resolvendo essa questão.

Levanto e abro a porta, ela me olha e sorri fazendo um toque comigo, os olhinhos pequenos de cansaço deixando evidente que o dia hoje foi corrido pra ela também, os cabelos atados em um coque desarrumado no alto da cabeça.

Ela tá usando um vestido simples bege, que marca suas curvas e um salto preto, dou espaço pra ela entrar na minha casa e sigo ela até a sala.

Ofereço um café e ela aceita, busco um café preto e deixo pra ela adoçar, o que a mesma não faz, tomando o mesmo puro.

Me sento do seu lado observando ela tirar as coisas da bolsa, notebook, uma pasta com uma papelada e o celular.

— Doutora: posso tirar meus saltos? - pergunta sem jeito.

— André: Claro po, fica a vontade, tu tá cansadona, mínimo que posso fazer - ela sorri concordando e tira os sapatos, sentando com as pernas dobradas ficando confortável.

— Doutora: queria falar contigo pessoalmente sobre o caso do Thiago, na segunda tive uma audiência onde consegui retirar 8 das 10 queixas que tinham sob ele - sorri feliz pra caralho só com essa notícia - amanhã tenho outra marcada pra conseguir o alvará de soltura dele, já tenho provas que incriminaram ele sobre essas duas últimas queixas.