Entre A Lei e O Amor

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|| Gabriela Alcântara ||

📍 Rio de Janeiro, Vidigal, Quinta-feira, 19:00.

Cheguei do escritório não tem muito tempo, só tomei um banho e peguei uma cerveja gelada e tô aqui na sala revisando o caso do meu cliente que tem audiência amanhã.

Tava lendo os detalhes do testemunho dele, quando escuto meu celular apitar e olho pro meu filho que tá dormindo deitado no cercadinho no lado do sofá, o mb tá na boca com meu pai e eles só vem mais tarde jantar.

Respiro fundo e pego meu celular, abro o WhatsApp e vejo que me adicionaram num grupo, "Los Diablos 😈", dou risada do nome e vejo que nele tá os vapores meus amigos do Alemão, cabelinho, coringa e th.

Ignoro as mensagens e meu celular começa a tocar, vejo o nome do th na tela e fico preocupada, já vai fazer 1 semana que ele tá livre, reconstruindo a vida dele, mas mesmo assim, sabemos que as coisas não são tão fáceis.

Ligação On:

— Gabriela: fala minha vida, o que aconteceu? - escuto um choro baixo do outro lado da linha e suspiro.

— Thiago: aê doutora - respira fundo - será que eu poderia ir posar ai na tua goma? Sabe, mermo depois desse tempo preso, esperava sair e ter minha vida de volta, mas essa porra tá uma bagunça do caralho, e acabando com meu psicológico - ele suspira e meu coração aperta, eu sabia que isso ia acabar acontecendo, deve ser horrível esperar que quem tu ama seja recíproco e verdadeiro e só receber traição.

— Gabriela: Claro preto, faz assim, chama o Coringa e o cabelinho e vamos fazer uma noite de filmes - escuto ele bufar e dou risada - é só assistir tv, comer besteiras, beber, meu pai e meus filhos vão estar também, o que acha ? - escuto ele suspirar de novo e se dar por vencido concordando.

Ligação Off.

Depois de desligar eu vou dar uma organizada por cima, minha casa tá limpa, mas eu tenho o grande defeito de não guardar as coisas nos lugares quando tiro deles.

Volto a revisar o caso pra amanhã e nem percebo o tempo passar, tava concentrada lendo os detalhes da testemunha da acusação quando a campainha de casa me assustou.

Levanto só de pijama como eu tô desde a hora que cheguei em casa, dou um beijo na testa do Júnior que nem se mexe e caminho pra abrir a porta.

Quando eu abro a porta me deparo com 5 patetas me olhando com sacolas nas mãos e os 3 mosqueteiros do Alemão com pijamas ridículos.

Gargalho alto e cumprimento cada um deles, MB diz que vai tomar um banho e já desce e meu pai se joga no meu sofá ligando a TV e colocando o jogo do FLAxFLU pelo brasileirão.

Levanto e vou organizar as coisas que eles trouxeram em pratos pra poder colocar lá na sala e comermos.

To distraída organizando uns petiscos quando sinto braços rodearam a minha cintura, me assusto de primeira mas reconheço o perfume do coringa.

Ele me vira de frente pra ele e me encara por uns segundos, coloca um fio de cabelo solto meu pra trás da orelha.

Respiro fundo sentindo seu toque suave no meu rosto e ele sorri.

— Coringa: nem um beijinho eu ganhei, que isso mandada?! - dou risada e ele sorri de leve.

— Gabriela: coé cuzão, e por isso tu me assusta?! Falta de respeito - rimos e ele se aproxima de mim.

Me beija calmamente, nossas línguas se exploram e encerramos o beijo com selinhos.

— Gabriela: me ajuda levar essas coisas pra sala? - ele concorda com a cabeça ainda acariciando meu rosto e eu dou risada.