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|| Gabriela Alcântara ||

📍Rio de Janeiro, Leblon, Sexta-feira, 15:00.

Levanto da minha cadeira, pego minha bolsa e saio do meu escritório, cumprimento minha secretária, caminho em direção ao meu carro.

Entro nele e respiro fundo, as vezes minha profissão me deixa tão cansada, que só tenho vontade de sumir.

Pode parecer fácil lidar com bandido, mas tem uns que são tão teimosos que nem a baixo de reza.

Hoje de manhã, plenas 6:00, acordei com a ligação da penitenciária me avisando que um dos meus presos tinha entrado em uma briga, e vocês sabem por qual motivo?

Um maldito miojo que o companheiro pegou dele, sai voada de casa, só vesti um macacão de frio, com transparência nos braços, com meia calça também preta e minha bota de salto, jogo um colete por cima.

Atei meu cabelo no alto da cabeça, fiz uma maquiagem rápida e peguei minhas coisas.

Agradeci ao clima hoje por me permitir usar algo de manga longa.

Passei a manhã toda em função dele, sai da penitenciária direto pra uma reunião com a família de outro cliente.

Nem almocei, só comi um sanduíche natural e já sai correndo, parece que nos dias que preciso estar mais focada, mais problemas aparecem.

Dirijo até o tribunal na barra e desço do meu BMW, tranco ele com o alarme e respiro fundo, passo a mão na minha roupa ajustando ela no corpo e caminho em direção a entrada da sala de audiências.

Cumprimento os policiais que fazem a guarda na porta, cumprimento o juiz e dou um sorriso tranquilo ao ver que era o Giuseppe, ele é um ótimo profissional.

Sento na mesa abrindo a pasta com as provas, e espero o Thiago aparecer.

Passo os dedos por entre meus cabelos, alinhando eles nas minhas costas, e a porta se abre, o júri sente em seus lugares e o Thiago vem acompanhado de dois policiais.

Ele me olha e dá um leve sorriso, digamos que com o progresso que consegui no processo dele, ele aprendeu a confiar em mim, na marra, mas aprendeu.

Ele senta ao meu lado e me olha ansioso, sorrio confiante pra ele que retribui. E aguardo todos irem para seus lugares.

Todos levantaram quando o juiz começou a falar.

Juiz: iremos dar início a mais uma sessão nesse tribunal, queiram todos acomodarem-se em seus devidos lugares - todos, inclusive ele sentaram - gostaria de iniciar chamando o réu Thiago dos Santos Pereira - o mesmo me olha e eu concordo com a cabeça.

Acompanho com o olhar ele respirar fundo e se levantar, caminhando em direção ao seu lugar, ele senta e o juiz segue seu discurso.

Juiz: senhor Thiago, o senhor jura perante a júri, falar a verdade, somente a verdade e nada além da verdade ? - pergunta enquanto olha sério para o meu cliente.

Thiago: juro meritíssimo - diz tranquilo, essa é uma das qualidades dele, a calma que ele transmite por estar sendo verdadeiro.

Juiz: já que não estamos aqui para a acusação do réu, peço para que a defesa assuma sua posição nesse julgamento.

Me levanto daonde tô sentada e caminho lentamente até a frente do Thiago, o mesmo me olha nervoso e sorrio confiante para ele que retribui.

Olho para o Giuseppe que espera que eu comece a falar e eu respiro fundo, pego os papéis das primeiras retiradas das acusações e caminho até sua frente, coloco os papéis na mesa e volto para o meu lugar anterior.

Entre A Lei e O AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora