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|| Gabriela Alcântara ||

📍 Rio de Janeiro, Alemão, sábado, 00:45.

Viro meu copo de whisky e sorrio quando noto o olhar do barman em mim mais uma vez essa noite, quando ele me entregou a bebida percebi que a intenção era recíproca.

Rebolo escutando o livinho cantar e ele ri quando eu assobio pra ele, ele aponta em direção ao camarote, e eu sigo com o olhar pra lá e vendo a byanca com a marra dela de sempre, sorrio e faço um joinha pra ele.

Gabriela: bicha, vou pro camarote ver a bya, vem comigo? - digo pro Daniel que me olha confuso - esposa do Oliver cara - reviro os olhos e ele me olha ainda mais confuso - livinho bicha burra - ele parece entender e eu dou risada.

Daniel: agora mesmo, quem sabe lá eu encontro um bofe né, essa pista tá fraca - disse emburrado e eu dou risada.

Vou caminhando em direção a escada do camarote enquanto escuto um monte de cantadas e o Daniel rindo atrás de mim enquanto eu reviro os olhos, não dou confiança fácil pra macho, a não ser que eu esteja na mesma vontade.

Subo as escadas e percebo os olhares em mim, o número de mulher triplicou, por isso a cara de bunda da bya, caminhei até ela na minha calma de sempre.

E quando ela me viu abriu um sorrisão que pude escutar o Oliver gargalhar lá do palco, abri os braços pra ela que veio correndo e se jogou em cima de mim.

Entre meus amigos eu realmente sou uma espécie de mãezona, que aconselha, puxa a orelha, dá colo, mesmo que eles tenham a mesma idade que eu ou sejam até mais velhos.

Byanca: eu tava numa saudade de ti mulher, e xingando o Oliver de 1000 coisas diferentes por me trazer pro meio desse monte de gente esquisita - fez careta e eu gargalhei saindo do abraço.

Gabriela: eu também tava amor, aliás, se amanhã postarem no perfil de fofoca daqui, que o Oliver tava fazendo sinal pra uma mulher, fica tranquila que era pra mim subir aqui - dou risada e ela concorda sorrindo.

Viro pro Dani que como sempre tá impressionado com a quantidade de macho e bebida aqui de cima e apresento os dois, que se cumprimentam e caminhamos até uma mesinha ali do camarote.

Peço mais um combo de whisky e energético e ficamos ali conversando, colocando as fofocas em dia e rindo das vergonhas alheias das coitadas que tão se achando fiéis em cima dos machos.

Olho para o lado e me sobe um ódio, eu tenho um ciúme dos meus filhos fora do normal.

Apesar de super apoiar que eles tenham suas vidas, no caso o Marcos né, mas não paga de maluca pra cima da minha cria porque a mãe dele é bem pior.

Tinha uma menina xingando ele e outra mulher e se achando na razão, quando eu vi que ela ia dar tapas nele já fechei a cara rapidinho, os dois que tavam comigo me olharam e já entenderam tudo.

Larguei meu copo na mesa e peguei minha pistola da cintura, avisei eles que já voltava e saí sem nem escutar resposta na direção da fulana.

Peguei a coitada que tava ouvindo desaforo por loucura da maluca e coloquei atrás de mim, depois ela se apresenta, olhei séria pro Marcos e pra tal que ainda discutiam.

Respirei fundo e dei só um puxão no braço do meu filho que já arregalou o olho na hora que me viu ali.

Se tem uma coisa que eu odeio é falta de postura em público, meu Deus do céu, fazer barraco e passar vergonha são coisas que eu não tô acostumada.

Ele abaixa a cabeça sem nem precisar me explicar nada e a coisinha já me olhou com deboche.

Jesus me segura porque eu vou dar só um no meio da cara dela.

Entre A Lei e O AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora