O amor cresce como nós.

Demônios

◇Pode conter erros ortográficos

Neil se levantou naquela manhã de um pesadelo,com o passar dos anos seus pesadelos se tornaram cada vez menos frequentes e cada vez mais nebulosas,mas este parecia real demais,talvez fosse uma lembrança,Neil se lembrava da briga que iniciou-se entre seus pais naquela madrugada gélida,era algo sobre como ele não se comportou direito,Mary,sua mãe contrariou seu pai dizendo que era injusto como ele tratava o filho,a discussão se seguiu daí,Neil estava sentado a mesa da cozinha esperando pela punição que seu pai queria dar a ele,mas quando seu pai levantou a mão e bateu com força em seu rosto se seguiu a faca de cozinha se cravando nas costelas de seu pai,Neil se lembrava do sangue,ele se lembrava de seu pai se levantar e tentar lutar contra a fúria de Mary,o resto se passou em um borrão de confusões,cheiro e sons.

Neil passou o resto do dia com lembranças que o atormentavam, não apenas da morte de seu pai,mas também de sua mãe,ele se perguntava o que teria se tornado se nunca tivesse conhecido seus pais adotivos,se nunca tivesse conhecido kevin,Andrew,Aaron, Nicky e todas as pessoas que faziam uma parte importante de si,eles teriam se encontrado no final das contas?Neil não acreditava em destino,mas duvidava da existência de um mundo onde não encontrasse sua família.

Conforme as horas do dia foram passando a dor que pulsava levemente na parte de trás de sua cabeça aumentou para uma enchaqueca insuportavelmente forte,ao fim do dia tudo o que Neil queria era o conforto de sua cama.

Andrew observou Neil abriu a porta da frente e praticamente se arrastar como um zumbi em direção a seu quarto,seus olhos estavam em um tom opaco de azul e ele parecia tão cansado quanto na época em que sua mãe morreu,Andrew se lembrava daquela época,ele e Neil não estavam se falando por besteira e no final das contas ele não conseguiu estar ao lado de Neil como gostaria.

Ele observou com uma expressão pensativa enquanto Neil mal sequer olhou para ele antes de se esconder em seu quarto,o que ele poderia fazer para ajudar Neil?

Andrew preparou um chá para Neil,seu lado britânico sempre se sentia feliz com chá,o que era estranhamente exteriotipado se alguém perguntasse a Andrew,ele pegou algumas frutas e cortou em uma vasilha porque tinha absoluta certeza de que Neil não tinha comido direito,ele passou um pouco de geleia de morangos em um pão e colocou tudo em um prato para Neil,Andrew bateu na porta e entrou assim que o garoto o deixou entrar,o quarto estava escuro,a janela fechada,Andrew sabia que geralmente a claridade incomodava Neil,principalmente quando ele não se sentia tão bem então não se preocupou em acender as luzes,mesmo assim deixou a porta aberta para que um pouco da luz da casa entrasse e permitisse a Neil comer,Neil deu um sorriso fraco para Andrew,Andrew não tinha certeza do que incomodava Neil mas sabia que Neil contaria a ele quando quisesse,além disso ele desconfiava do motivo por trás do comportamento de Neil.

Neil comeu a comida em silêncio,ele colocou um pedaço de manga em frente ao rosto de Andrew com um pequeno sorriso,Andrew comeu a fruta apenas porque Neil iria ficar feliz,na realidade ele nem gostava de manga,ele mal disfarçou a careta que fez,Neil riu baixinho,como se fosse a coisa mais divertida do mundo ver Andrew comer algo que não fosse industrializado,Andrew achou que o esforço valeu a pena apenas por causa da risada que Neil deu.

Neil colocou o prato e sua xícara,agora vazia,não chão e olhou timidamente para Andrew.

-Eu posso deitar no seu colo?- perguntou ele baixo,como se ele não quisesse perturbar o silêncio,Andrew assentiu e Neil deu um pequeno sorriso antes de se deitar,os dedos de Andrew passaram pelo cabelo de Neil,fazendo Neil se sentir mais relaxado do que esteve em todo o dia,Neil pensou que era estranho que a companhia de Andrew pudesse fazê-lo se sentir tão bem tão rapidamente quando ninguémmais pode,mas sempre foi assim,Andrew sempre teve um efeito calmante sobre Neil,quando Neil não estava calmo ele se sentia ardendo em chamas na presença de Andrew,como se Andrew fosse aquele capaz de fazê-lo brilhar,mas também aquele capaz de acalmar Neil para que ele não incendiasse o mundo acidentalmente.