“No fundo de um buraco ou de um poço, acontece descobrir-se as estrelas.”
- Aristóteles
23. Fraqueza
C H R I S T O P H E
A coroa pesava mais do que nunca sobre minha cabeça.
Eu precisava tomar uma decisão. Não amanhã, não depois, mas naquele momento.
Nunca fora tanta questão de vida ou morte. Nunca.
— O... o que isso quer dizer? — Horrorizada, Sophie encarava a surpresa de péssimo tom dentro da caixa.
Pressionei seus ombros para que sentasse em minha cama junto a mim — o objeto entre nós.
A luz da lua iluminava o rosto juvenil de minha irmã, tão bonita e graciosa. Com tantas coisas para viver.
Pensei nas diversas outras meninas da mesma idade que viviam no Reino Franco, banhadas pelo sangue de uma guerra que nada tinha a ver com suas inocentes vidas.
Imaginei quantas famílias seriam destruídas; quantos pais não veriam mais seus filhos; quantas esposas não beijariam novamente os maridos.
Mentalizei meu pai, que lidaria com tudo aquilo com toda a facilidade do mundo, simplesmente respondendo morte com morte, sangue com sangue.
Eu não era ele. Não queria ser. Portanto, não devia agir como pensava que ele agiria. Eu não vivia em sua função. Minha existência era singular, paralela a sua. E o mais importante: eu era o rei agora.
Toquei a lateral da cabeça de Sophie, a mão sobre seus cabelos sedosos.
Não estava mais zangado pela briga que tivemos. Nunca conseguia me zangar com ela por muito tempo.
Minha irmã vira coisas que uma criança não devia ver; sentira coisas que uma criança não devia sentir.
Viver com nosso pai fora uma tortura, e nossa mãe nos dera as costas sem pensar duas vezes.
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Vossa Majestade, o Rei ✠ Livro I
RomanceAqui não temos um CEO vestido com ternos de risca. No lugar disso, o rei Christophe esbanja seu charme e sensualidade com uma bela coroa de pedras preciosas. A mocinha indefesa não é tão indefesa assim - e nem tão mocinha. Afinal, Amalie maneja uma...