III. CRAMOISE

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“É inútil tentar fazer um homem abandonar pelo raciocínio coisa que não adquiriu pela razão.”

- Sócrates

- Sócrates

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03. Carmesim

C H R I S T O P H E

O suor escorria por minha pele

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O suor escorria por minha pele.

Eu gostava das noites: escuras, frescas e sombrias; gostava da lua e seu destaque prateado nas trevas do céu; das estrelas, as minúsculas gotas de brilho, pequenas luzes infinitas e espalhadas.

O grasnar dos corvos podia significar mau presságio para alguns, mas para mim, os pássaros eram como a própria escuridão em sua forma palpável: belos.

O luar enviava feixes pelos vitrais da fortaleza — a única pouca luz que não deixava o lugar ser um completo breu.

A fortaleza podia ser meu lar muito mais facilmente do que o próprio palácio.

O sono me considerava um inimigo. Nunca tivemos afinidade, e por isso meus olhos estavam sempre abertos no momento em que o resto do mundo dormia.

Então, eu treinava; duelava com um dos sacos de pancadas até reduzir todo seu enchimento a pó; praticava com cada uma das armas até encontrar algo a mais que pudesse aprimorar. Espadas, adagas triplas, arcos, escudos, bestas, lanças, punhais...

Eu jamais me considerara bom o suficiente, embora matar um homem como eu beirasse o impossível.

Meus batimentos cardíacos estavam acelerados em um nível quase preocupante. Minha boca deixava suspiros pesados escaparem. O cansaço me tomava.

O sono finalmente agraciava-me com pequenas doses de sua bênção.

Entretanto, parar não estava em meus planos.

🍄

A voz soou abafada, distante:

— Majestade!

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