XIV. À LA HAUTEUR

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“O poder revela o homem.”

- Sófocles

- Sófocles

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14. À Altura

C H R I S T O P H E

— Por favor, não! — Meus gritos saiam esganiçados em meio a um copioso choro

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— Por favor, não! — Meus gritos saiam esganiçados em meio a um copioso choro. — Pare!

Existia dias em que uma rouquidão roubava o som de minha voz.

Meus grunhidos eram muito altos, muito fortes. Garganta nenhuma resistiria a um impacto tão grande, a uma agressão tão grande. Mas nenhuma violência podia ser maior do que a que ele causava ao meu corpo.

Ainda que tentasse esquecer o impossível, as cicatrizes intercalavam-se em minha pele para impedir que eu jamais permitisse que meu coração deixasse de ser gelado — gelado como o aço que ele utilizava para me machucar; como o chicote para me açoitar. Gelado como ele sempre fora, e fizera com que eu me tornasse também.

Eu me perguntava o porquê: por que meu pai me odiava tanto? Por que detestava tudo a sua volta? Por que considerava a todos seus inimigos?

Tive a resposta apenas quando a peste levou seu espírito deste mundo: aquela era sua natureza.

Um homem ruim, que nascera ruim, e assim partiu.

Minha mente revirava suas gavetas em busca de lembranças boas que, porventura, ele tivesse deixado dentro de mim.

Mas não havia nada.

Só mágoa.

Só dor.

🍄

Acordei de outro horripilante pesadelo.

Minhas costas estavam suadas, a umidade fria partindo de minha nuca e escorrendo em linhas.

Vossa Majestade, o Rei ✠ Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora