Fazia quase um mês que ela praticamente não colocava os pés para fora do Instituto: depois de 24 horas de observação e mais 24 horas de repouso na Ala Hospitalar, Lorenzo havia realizado "sua transferência" para um dos alojamentos próximos do dele por conta de suas suspeitas e enquanto tudo aquilo não se resolvesse ela teria se conformar em ser mais uma "interna" - riu considerando a sua situação no mínimo curiosa - até seu gato e suas plantinhas Estefano, seu outro irmão, tinha feito questão de trazer para ela junto com os livros preferidos, chocolates e roupas.
Para ela não fazia muita diferença porque ela praticamente morava ali, mas ela entendia porque seus irmãos estavam em alerta de superproteção máximo e, de certa forma já estava acostumada com toda aquela superproteção...ela ainda não recordava 100% do dia do ataque, mas tudo que lembrava já tinha sido minuciosamente reportado a seus irmãos; isso a incomodava muito! Precisava lembrar para tentar resolver essa situação. Principalmente depois que seu irmão e chefe de segurança havia localizado o que aparentemente era uma foto do seu ex-noivo entre os homens que haviam tentado sequestrá-la e sabotar seu tão amado Instituto.
Ela estava possessa, tinham que descobrir quem poderia ter passado as informações que haviam permitido aquele ataque! Se Brown não os tivesse impedido...Desde o ataque, era praticamente impossível separar Brown dela, que não aceitava nem mesmo uma vaga no dormitório masculino quanto, mais dormir do outro lado do Instituto em seu antigo alojamento nas habitações de reintegração destinada aos NEs. Jordan estava profundamente desconfiado e temia também por seus funcionários devido ao histórico de instabilidade de Brown, mas por fim, vendo como o NE parecia obcecado pela segurança dela, terminou achando uma boa ideia, principalmente porque ele parecia concordar com todas as ordens de Jordan para mantê-la confinada ao Instituto; depois de algum tempo, ele Lorenzo pareciam "aceitar" esse comportamento super protetor de Brown em relação a irmã e até insinuavam inscrevê-lo no treinamento para segurança; coisa que, para Valentina era totalmente absurda e toda vez que o assunto veio à baila gerava uma discussão fazendo ela sair do sério e mostrar que afinal de contas, também era uma Wolf.
_ Mais um para pegar no pé dela... – pensou revirando os olhos e avaliando que, de certa forma aquilo parecia ter acelerado seu processo de socialização, mesmo que seu "dormitório" agora fosse um amontoado de cobertores na varanda do alojamento dela, e mesmo que ele ainda precisasse continuar com as terapias. O único porém eram os pesadelos que o assombravam e algumas vezes faziam com que ele acordasse assustado no meio da noite e seus gritos terminassem acordando praticamente todo o alojamento onde estavam.
- Vamos colocar uns vidros temperados a prova de som como os que temos na contensão aqui – divagava seu irmão Estefano na manhã seguinte a um desses "incidentes noturnos"
- Pelo amor de Deus, Estefano! - Parece que não vou sair daqui nunca mais! - reclamou Valentina – E o Brown também não pode passar a vida toda acampado na minha varanda!
- Pode! Brown pode! - Protestou Brown fazendo seu irmão estremecer– Eu protejo a doutora! - completou se aproximando dela com sua enorme estatura – Doutora Chateada com Brown? - quis saber preocupado examinando o rosto dela em busca de sinais com seus olhos de íris vermelhas tão incomuns.
- Não estou chateada. – responde respirando fundo e indo se sentar novamente no sofá da sua "sala".
- Coração bate forte, Brown sabe – disse se sentando no chão perto dela e mesmo ainda assim parecia enorme – Doutora carinho - completou segurando mão dela e fazendo círculos com o indicador para tentar acalmá-la. -Aquele gesto tinha sido o primeiro que ela havia tentado com ele, um dos muitos da linguagem que ela havia pesquisado durante a sua busca para interagir com ele os primeiros dias, quando Brown parecia não dominar nenhum uso da fala a não ser grunhidos e rosnados. Uma cientista Neozelandesa havia desenvolvido um sistema de códigos similar a linguagem de sinais e estabelecido um tipo de comunicação com Chimpanzés, suas publicações e resultados haviam despertado nela o interesse em tentar algo parecido com ele, já que ele tinha DNA primata.
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MARROM (NOVAS ESPÉCIES)
FanfictionBrown só conhecia a dor e o tormento do cativeiro até a doutora aparecer na sua frente e ensinar a ele tudo sobre a vida. Muito diferente dos malditos médicos maus que o haviam criado, que o machucavam, feriam e chamavam de macaco, monstro, de anim...