HUMAN CODE |BROWN - CAPÍTULO V

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❤Para vocês queridos leitores, minhas desculpas pela demora, mas quis realmente trazer atualizações que fossem condizentes com esse universo em que mergulhei.

Não desistam de Brown porque estou trabalhando forte para trazer uma trama bem bacana para vocês! Me digam o que estão achando! Comentários construtivos são bem vindos!

⭐Apreciem sem moderação e não esqueçam a minha estrelinha (rs)⭐

🌹Beijo Jan


Valentina apertou um pouco mais a pequena Lily Rose Wolf nos braços, aspirando mais uma vez seu delicioso aroma de bebê. Ela simplesmente adorava crianças e aqueles bem pequenas, como sua sobrinha, eram para ela um símbolo de luz, esperança. Uma nova vida era sempre uma nova chance para o mundo. Apesar das mazelas que vivenciavam e das histórias de perseguição e violência com as quais ela lidava, estar em contato com as crianças sempre renovava suas esperanças e lhe dava força para seguir em frente; talvez fosse por isso que escolhera ensinar crianças como profissão...

Olhou para seu irmão que admirava orgulhoso a cria em seu colo e para a cunhada que recebia afagos do marido abraçado a ela,  enquanto todos elogiam a linda bebê. De relance viu que  Brown também parecia fascinado pelo pequeno ser humano em seus braços, assim como ela e fez sinal para ele se aproximar mais; apesar de sentir o irmão e a cunhada prenderem a respiração perto dela. Ele deu um passo em sua direção, mas em seguida parou olhando para Jordan e esperando um sinal de autorização. Com seus instintos de animal aflorados e seu forte senso de "matilha",  ele percebia e reconhecia seu irmão com "líder".

_Posso chegar mais perto do seu filhote? – pergunta – Brown não vai machucar ele.

Parecendo satisfeito com a deferência, Jordan fez sinal positivo autorizando  o macho imenso de se aproximar.

_Nós todos sabemos que você não vai machucá-la, Brown. – Valentina fez questão de reforçar a sua confiança nele.

O macho se aproxima com cuidado, olhando interessado para o pequeno pacote em seus braços, que também pareceu perceber sua aproximação. Lily virou o rostinho na direção do NE parecendo prestar atenção nele e notar sua fisionomia peculiar e única; em seguida, estendeu os dedos gordinhos na direção de uma das longas mechas de cabelo dele, tentando segurar os fios.  Fez alguns ruídos que pareceram quase uma risada e tanto ela quanto Brown sorriram junto com ela enquanto todos que assistiam a cena sentiam-se enternecido por aquele momento tão íntimo e emocional.

_Parece que ela gostou de você, Brown. – Valentina brincou sentindo-se emocionada com o momento.

_Brown também gosta dela, Doutora. – ele fungou mais forte aspirando o perfume da bebezinha – Ela tem cheiro muito bom.

_Verdade.

Ambos ficaram mais alguns minutos presos naquele doce e singelo momento, mas logo um dos outros irmãos apareceu querendo carregar a pequena e Brown se afastou delas. Ainda permaneceriam ali reunidos por mais algumas horas e depois tanto a bebê quanto a cunhada deveriam voltar para a proteção dos territórios  e para Kallian, a propriedade que pertencia ao seu clã. Assim como os NE, o povo Romani tinha autonomia territorial e política e era reconhecido como Nação Independente; suas tradições e leis sendo reconhecidas pelo Governo Geral e seu líder validado como o Chefe de Estado que era. Após anos de uma vida nômade e peregrina, séculos atrás, ainda no tempo da Colonização da América, seu povo havia escolhido atravessar o grande oceano e fixar residência no Novo Mundo. Foram muitas lutas até serem reconhecidos como Nação, mas haviam prosperado e garantido seu lugar no mundo para as próximas gerações.

Valentina se despediu da comitiva sentindo o coração leve pela visita. Estar com os seus sempre a fazia se sentir melhor, olhou na direção do NE a seu lado também parecendo feliz e relaxado. De repente,  sentiu um grande pesar por aquele ser humano que havia sido privado desse convívio, dessa troca afetiva tão importante. Mais uma vez,  sentiu raiva por aquelas pessoas inescrupulosas que haviam usurpado a infância e a família dele. Relembrou sua própria infância e as recordações tão preciosas que tinha dessa época, apesar das implicâncias dos irmãos mais velhos, também pensou nos sobrinhos e na infinidade de primos de sua numerosa família, ele havia sido privado de tudo aquilo...ninguém tinha o direito de privar outro ser humano de seu lar, sua infância, suas referências...quanta crueldade...

_Doutora triste porque filhote foi embora? – ele perguntou preocupado, como sempre, lendo suas emoções daquela forma visceral dele.

_Não é nada disso, Brown, tentou controlar suas emoções, já que tinha a seu lado um verdadeiro detector de mentiras humano – Estou pensando em outras coisas...

_Não pense nessas coisas. Você fica triste...Quer abraço? – ele ofereceu, já envolvendo-a com seus enormes braços musculosos, atencioso como sempre. Ele sempre procurava fazer algum tipo de contato físico com ela, quando ele ou ela se sentiam emocionalmente instáveis e, apesar de entender que esse tipo de postura não era muito indicada para a relação paciente e médico que eles tinham ; sentia que não podia deixar de oferecer a ele essa mínima compensação levando em conta tudo o que lhe havia sido negado; por mais que isso estivesse provocando comentários invasivos dos seus irmãos intrometidos....- respirou fundo tentando afastar esses pensamentos depressivos e se concentrando na alegria que havia sido partilhada em família minuto antes.

_ Doutora feliz agora?

_Sim Brown, estou feliz. Um pouco preocupada, mas feliz.


Salvatore e Lorenzo retornavam caminhando pela área externa arborizada do Instituto avistando de longe o enorme NE dando um abraço  na irmã e depois soltando-a com cuidado. Lorenzo resmungou algo ininteligível e Salvatore, dessa vez, não fez nenhuma de suas piadinhas e brincadeiras.

_Você sabe muito bem no que isso vai dar, não é mano? – falou sério inclinando a cabeça para os dois que se separavam do abraço e caminhavam para dentro do prédio sem notar que eram observados. – Estamos preparados para isso?

_Ainda estou tentando crer que não é nada disso que eu penso...- respirou fundo – Mas quero crer que o grandalhão será melhor opção do que o maldito canalha do ex-noivo dela.

_Qualquer coisa será melhor que aquele imbecil! – admitiu irritado - Ainda não consigo entender como foi que permitimos que aquele babaca sequer se aproximasse dela... – confessou - Pensando bem, ter esse animal matador babando pela Tina pode até ser uma vantagem se aquele bastardo infeliz resolver aparecer novamente. Brown foi decisivo no último ataque e pelo jeito que anda esse "namoro", o King Kong vai estraçalhar qualquer um que tente fazer mal para ela.

_Precisamos encontrar um jeito de fazer a Tina entender o que está acontecendo. Ela não consegue ver o que estamos vendo, Salvatore. Valentina vê o grandão como uma espécie de bebê gigante; na linguagem NE, um filhote crescido – afirmou - Mas ele é um macho adulto. Um macho adulto com uma força e poder letal que ainda desconhecemos e que está começando claramente a adotar um comportamento de acasalamento com nossa irmã. 

MARROM (NOVAS ESPÉCIES)Onde histórias criam vida. Descubra agora