_ Devia ter dito logo que um dos seus estava acasalado com um dos nossos, Major, assim seria mais tranquilo para nós.
_Acredito que o Instituto já deu provas suficientes da nossa simpatia e do nosso apoio a causa de vocês. – foi a resposta pragmática de seu irmão.
_Com certeza. Mas uma coisa é simpatia. Outra coisa é o vinculo do acasalamento, Major. – disse a enorme fêmea vestida no estilo militar. Seu sorriso franco e suas palavras suaves contrastando com a enorme força física e o poder de sua aparência perigosa e letal. - Quando um de nós toma alguém para si, é para sempre. Definitivo, sem quês nem porquês. Simplesmente acontece e essa é a nossa verdade.
_Eu e Brown não estamos "acasalados", ele é meu paciente. – Valentina ainda tentou uma explicação diante do olhar de divertimento dos machos a sua volta.
_Ah, tá entendi – a outra mulher se aproximou de Valentina e "achando" que estava sendo discreta perguntou num tom mais baixo: - será que eu disse em publico algo que seu irmão militar e durão não deveria ouvir? Se precisar da nossa proteção, é só pedir asilo. – Valentina ficou ainda mais constrangida.
_Doutora não precisa de proteção. Brown protege. Irmão Lorenzo também cuida da Doutora.
_Parece que ainda não é "oficial" então – disse a outra mulher. Tranquilo. Não somos muito ligados em rótulos aqui. O que importa é que sabemos que ela está com seu cheiro e você com o cheiro dela. Assim evitamos confusão para os dois lados...
_Dois lados? – Valentina quis saber.
_Você sabe... – a mulher olhou de soslaio para Brown. – Macho grande e forte, novo no pedaço. As garotas com certeza iam querer provar uma rodada de sexo compartilhado. – falou com a maior naturalidade – Principalmente as felinas. São mais atiradas, curiosas, você sabe. As caninas – ela mexeu a cabeça como quem tenta buscar uma expressão adequada
_Estão mais interessadas em achar o macho certo...
_Isso aí...caninos e lupinos...- ela comenta olhando na direção do irmão, que agora já estava envolvido com numa conversa com outro encarregado da segurança – Acho que você sabe como é...
_Entendo...Seria deselegante perguntar a qual time você pertence? – Valentina cruzou os braços e perguntou sem sentir nenhuma necessidade de ser sutil e se sentindo ela um tanto quanto territorial, diante do olhar de franca admiração e cobiça que a outra direcionava ao corpo forte e musculoso do NE primata.
_Fique tranquila, Doutora, nenhuma de nós vai se meter com seu macho. A não ser que ele queira...
_ Brown não quer sexo com nenhuma fêmea. – diz todo convencido – Brown é da Doutora.
_Brown!! Não fale essas coisas aqui. – Valentina advertiu – Eles vão pensar que...
_Que a Doutora compartilha sexo com Brown? Doutora não tem cheiro de sexo. Todos sentem. Mas sabem que mesmo sem cheiro de sexo, a Doutora tem cheiro de Brown. Doutora minha e Brown é da Doutora.
_Vamos parar com esse assunto, sim?
Lorenzo chegou para interromper aquela conversa totalmente constrangedora e eles enfim seguiram para as instalações do hospital. No caminho passaram por vários híbridos e depois de deixar Valentina e Brown no lugar, seu irmão seguiu para sua reunião com o Sr. North, líder da Pátria Nova Espécie.
Assim que passaram pela recepção a Doutora Patrícia North os cumprimentou, olhando com franca surpresa para Brown.
_Jesus! Você é quase tão grande quanto nosso Devon!! Desculpe perguntar, mas de qual instalação você veio?
_Brown não sabe responder sobre isso, Doutora Patrícia, mas tenho esses dados nos arquivos dele. Porquê?
_Se soubéssemos que você estava com ele, já teríamos marcado essa reunião muito mais cedo! – disse a outra médica empolgada e deixando Valentina, ainda mais intrigada – Melhor, não perder tempo explicando, vou mostrar. Venham comigo.
Eles seguiram por alguns corredores percorrendo várias alas até chegarem o que parecia uma ala pediátrica do hospital. No chão, brincando entre crianças, havia um NE enorme, de longos cabelos negros presos num coque samurai, vestia um jaleco do tipo que os médicos usam e Valentina presumiu ser um médico ou enfermeiro.
_Devon...- a medica chamou e todos voltaram a atenção na direção deles e todas as crianças ficaram surpresas ao notar que a doutora trazia convidados. Nesse caso; a surpresa foi mútua, pois, ao se virar para atender ao chamado, Valentina se deparou com o mesmo par de olhos de Brown olhando para ela.
Ela estava chocada e eles também. O sujeito de jaleco se levantou, admirado, olhando para Brown cheio de surpresa, seu semblante se iluminou como se estivesse diante de um grande presente. Quase a mesma estatura, mesmos cabelos, mesmos olhos. Ele e Brown eram idênticos e a única diferença parecia ser que o outro NE era claramente mais jovem, recém saído da puberdade, enquanto Brown, segundo seus exames, estava mais próximo dos vinte e três a vinte e cinco anos.
_Ei! Cara! Eu e você somos iguais!
_Parece que finalmente encontramos um outro com seu peculiar código genético, Devon. – dra. Patrícia estava realmente feliz. – Resgatamos Devon de uns bandidos que usavam crianças para lutas. Ele estava sendo "treinado" para lutar e matar outros garotos NE – ela afirmava cheia de desgosto – Felizmente conseguimos desmontar esse esquema sórdido, mas no processo, os bastardos queimaram os papéis sobre o laboratório de origem dele – dizia – Não tínhamos muita coisa além do que podíamos levantar nos exames de sangue de praxe, mas ao ver seu amigo aí, vi uma chance de rastrear os laboratórios e o mapeamento dele.
_Fizeram mais de Brown, doutora? Filhotes? – os dois machos se olhavam, procurando semelhanças.
_Isso é legal! Nunca encontrei outro igual! – o mais jovem pareciam bem mais empolgado com a novidade do que Brown.
_Não é legal, amigo. Médicos maus fazem outros para matar e brigar. Para sofrer.
_Mas eu e você estamos livres, cara! E vamos ajudar esse pessoal a salvar outros iguais a nós. Isso é irado!
_Ele é meu filhote, Doutora? – Brown quis saber, entristecido e Valentina não soube o que responder.
_Acredito que não, Brown, talvez um irmão genético. - ela deu sua melhor resposta, naquele momento - No que está pensando? – perguntou ao ver que, ao contrario do garoto, ele parecia triste.
_Pensando em que ele é quase um filhote e pode ser filhote de Brown. Filhote que estava preso igual a Brown. - respondeu com sua lógica sempre visceral - Quantos filhotes eles fizeram de Brown, Doutora? Será que tem muitos filhotes de Brown presos sofrendo igual a Brown antes?
💕que essa "remessa" de hoje sirva para compensar a espera. Que acham que acontece agora?
⭐⭐Já sabem! Não esqueçam!⭐⭐
VOCÊ ESTÁ LENDO
MARROM (NOVAS ESPÉCIES)
Fiksi PenggemarBrown só conhecia a dor e o tormento do cativeiro até a doutora aparecer na sua frente e ensinar a ele tudo sobre a vida. Muito diferente dos malditos médicos maus que o haviam criado, que o machucavam, feriam e chamavam de macaco, monstro, de anim...