4 - Amor é coisa de criança

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Novembro de 2015

Já fazia algum tempo que Chifuyu priorizava o carro quando precisava se deslocar por grandes distâncias. Um transporte sóbrio, mais condizente com a vida adulta e útil para os assuntos de trabalho. A GSX 250 T que herdou de seu melhor amigo e por tanto tempo foi um símbolo de orgulho, hoje estava mais para um objeto de recordação.

Vez ou outra, ele pilotava a moto pela cidade para manter a manutenção em dia. Naquele dia, percorreu a avenida à beira mar e estacionou em um ponto cercado por um muro baixo na encosta da praia, onde combinou de se encontrar com outra parte da vida que Baji deixou para trás.

Chifuyu conseguiu o contato de Shiori através do Kazutora. Por sorte, ela ainda atendia pelo número antigo que o ex-namorado nunca esqueceu. Os dois se falaram por telefone e o ex-vice capitão da Primeira Divisão da Toman, pediu que se vissem mais uma vez. Além de não ter conseguido devolver o casaco na ocasião anterior, ele não queria que seu contato com alguém tão importante para Baji se encerrasse com um desentendimento.

Embora não parecesse nenhum pouco entusiasmada ao telefone, ela não recusou o convite. Já era noite. Depois de tantos dias chuvosos, o céu estava limpo. A mulher caminhava a pé pela costa ao encontro do homem que a aguardava.

"Passei muito tempo me perguntando o que tinha acontecido com a Goki [1] do aniki. Mas imaginei que teria ficado com o Mikey-kun." Shiori se juntou a Chifuyu e não deixou de notar a motocicleta estacionada perto dele.

Ela usava calça jeans colada, botas de salto alto e cano longo, uma camiseta branca um pouco comprida marcando os seios e jaqueta de couro. Estava... bonita. Também carregava um pacote de papel nas mãos, com duas garrafas dentro. Mas o que ralmente chamou a atenção de Chifuyu foi que ela conhecesse a moto pelo nome com o qual Baji a batizou.

"Depois que o inquperio pela morte do Baji-san foi concluído, o Mikey-kun a recuperou do depósito de provas da polícia, ainda naquela época. Eu era o segundo no comando da Divisão do Baji-san na Toman, então acabei herdando a Goki dele."

"O aniki deve estar satisfeito por você tê-la conservado tão bem depois de tantos anos. Essa moto era quase como uma filha para ele." ela falou consideravelmente mais branda do que da última vez, tirou uma das garrafas de sake do pacote e a ofereceu para o outro "Você bebe? Passei em uma loja de conveniência no caminho para cá."

Mesmo que não fosse um grande consumidor de álcool, Chifuyu aceitou a bebida. Ele observou Shiori se sentar sobre a mureta, de frente para o mar, beber um generoso gole e acender um cigarro.

Aquela era uma mulher estranha. Uma semana antes estava socando o ex-namorado e gritando palavrões, agora desfrutava tranquilamente da noite como se nada tivesse acontecido.

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