45- Logan Limns

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deixei algumas lagrimas caírem. Eu não sabia porque estava sentindo medo, só sabia que as coisas começariam a mudar e muito, não só pela morte de Robert, mas também por esse filho de Day que apareceu e seu ex noivo que estava tentando matá-la e que ocasionalmente poderia colocar nossas filhas em perigo. Resumindo, nossa vida novamente virou de cabeça para baixo

Depois de sairmos da mansão, ninguém falou nada, nem nossas filhas. Quando chegamos em casa preparei alguns sanduíches e coloquei as meninas para dormir. Day foi para o quarto e permaneceu lá. Eu não estava chateada com ela, só queria entender porque ela escondeu isso. Entrei no quarto e ela ainda estava vestida com a roupa do enterro, estava olhando para o nada, com um olhar vazio.

-Day! - A chamei, mas ela parecia em outro mundo. Me aproximei e toquei seu rosto. - Amor, tudo bem? - Era uma pergunta idiota, eu sabia que não estava nada bem.

- Você me perdoa?

- Pelo o quê?

- Por não ter te contado sobre o Logan.

- Por que não me contou? - Os olhos dela se encheram de lágrimas. Pude ver culpa, dor e decepção.

- Existem ocasiões da nossa vida que a gente quer tanto que não tenha acontecido, que acaba realmente esquecendo por um tempo. Pra mim aquela era uma lembrança distante de algo que não deveria ter acontecido.

- Vem. - A puxei. - Vamos para a banheira e você me conta lá. - Me despi rapidamente e ajudei Dayane a se despir. Primeiro nos molhamos no chuveiro, enquanto a banheira enchia. Eu a enchi de beijos, afinal eu sabia que ela precisa de apoio e carinho, muita coisa estava acontecendo, principalmente para ela. Depois fomos para banheira, onde Day se sentou entre minhas pernas. Ficamos em silêncio por um tempo, até que ela soltou um logo suspiro.

- Eu tinha dezesseis quando meu avô disse que eu iria ficar noiva e me casar com Matt. Ele era um bom homem, manipulador, mas não era mal. Eu sempre soube que era gay, sempre. Ele disse que me ajudaria, Catarina diz que ele me estuprou, mas... eu permiti.

- O que ele disse?

- Ele disse que me ajudaria a tornar as coisas mais fáceis, que depois da nossa primeira vez eu iria começar e... que era isso que eu precisava para mudar meus gostos. Eu não via como estupro, na minha cabeça eu achava que ele queria me ajudar, até quando eu pedi para ele parar.

- Você pediu para ele parar?

- Sim... - Notei a voz de Day embargada. - Eu me arrependi, não queria mais, não estava sentindo nada, nada mesmo, não conseguia sentir... mas ele não parou. Eu me sentia tão culpada, tão culpada por tudo ter acontecido. - Eu a abracei mais forte.

- Não foi culpa sua, a culpa é dele, você era só uma menina. - Ouvi o soluço de Day. Ela chorou por um tempo e eu chorei junto.

- Quando eu descobri que estava grávida, Catarina me ajudou muito, eu não quis abortar, na minha cabeça não era certo. Eu tinha dezesseis anos Bia, eu não podia dar uma vida descente para ele... Aquele ser tão pequeno, tão inocente, não podia condená-lo a uma vida injusta. Ele seria um bastardo como eu, teria que comer na cozinha, teria que viver entre os empregados, mesmo sabendo que tinha o mesmo sobrenome dos outros. Imagina ele no natal quando todos estivesse em volta da árvore recebendo presentes e ele tendo que ficar no quarto. Eu não podia dar uma vida dessas para ele, por isso preferi que ele vivesse com uma família que desse tudo isso para ele. Que o amasse de verdade e não porque ele poderia dar algo a eles. Eu não sabia o que Day havia passado, na verdade ela nem se quer falava muito sobre aquilo, por mais que Robert tivesse dito que eu via o que queria, eu pude notar que Dayane havia sofrido muito com o desprezo deles. Mal pude pensar como deve ter sido passar os natais daquela forma, não poder se sentar a mesa e comer com seus 'familiares'. Mas havia algo ainda que eu não entendi, o porquê dela denfedê-los com tanto afinco.

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