Not Me

Trinta e Cinco

White

Eu sabia que não podíamos pegar o Tawi com toda a informação que colhemos dele afinal isso colocaria todos nós em perigo.

Então eu joguei um verde na internet sob um perfil fake.

O que será que descobriríamos sobre Tawi se o investigássemos?

A discussão cresceu na internet de maneira própria. Várias pessoas levantaram questões e por causa disso surgiu pessoas decididas a descobrir os podres de Tawi.

Essa era a nova jogada que deveríamos fazer, sim ajudar o povo a ir atrás de informação sozinhos.

Não demorou muito tempo e um hacker justiceiro liberou fotos que ele achou do celular do escudeiro de Tawi. Nessas fotos estavam caixas cheias de drogas e armas.

A multidão começou a debater se essa descoberta era real ou não.  O que começou com uma pequena desconfiança de repente se tornou uma preocupação real e generalizada.

Apenas fiquei feliz que aquela pessoas levaram minha discussão adiante. Mas sem provas e sem muito o que se embasar tudo iria morrer e seria apenas algo passageiro.

Eu não podia deixar as pessoas perderem o interesse nisso e por isso tive uma ideia. Repassei essa ideia para o UNAR também conhecido com Dan.

Quando recebeu a proposta Dan me disse que seria uma boa forma de fazer as pazes com o Yok. Então deixei tudo nas mãos dele.

***

Quando saia da faculdade em uma tarde ensolarada, dei de cara com meu ex colega de quarto escorado em uma parede me esperando.

Corri até Sean tentando entender o que diabos esse grande homem fazia aqui. Enquanto pegava minha  mochila ele sorriu e me cumprimentou.

- O que está fazendo aqui? - pergunto.

- Minha presença te incomoda?

- Não, eu apenas não estava esperando. - admito.

- Então devo ir ?

- Você já está aqui Sean.

- Hum...

- Queria me ver ? - pergunto.

- Eu sempre quero te ver. - ele diz.

Essas palavras realmente me pegaram de surpresa. Mais uma vez a sinceridade dele quase fez meu coração parar de bater para todo o sempre.

- Já que está aqui vamos comer algo.

- Certo! - ele diz abrindo um sorriso.

- Faz tempo que a gente não come junto. - observo.

- Um dia te ensino o que é comer do jeito certo. - Sean diz sorrindo.

Tenho quase certeza que ele falou no duplo sentido e eu tive que virar meu rosto para ele não ver eu entrando em pânico.

Depois que comemos fomos caminhando até meu apartamento. Eu agora fazia estágio para pagar meu aluguel e não precisar do meu pai para tudo. Ele me mandou uma carta pedindo desculpas e disse que queria conversar.

Ainda não estou pronto para lidar com ele de novo.  Mas assim que eu criar coragem irei até ele.

Quando chegamos na minha casa teria que me despedir do homem alto. Mas Sean se convidou para entrar e invadiu meu cafofo.

- Uau você é esforçado está vivendo até razoavelmente bem se virando só.

- É mas minha faculdade ainda é paga pelo meu pai.

- E daí mas você não depende mais cem por cento dele e isso já é maravilhoso. Você está aprendendo a viver com suas pernas.

- Você sempre viveu assim né ? - pergunto.

- Eu...digamos que as coisas não foram fáceis para mim. Meus pais eram pobres, não são pobres.  Eles não tinham dinheiro para me bancar. Então desde muito novo eu comecei a trabalhar e juntar dinheiro pois desde criança eu tinha certeza que faria minha faculdade. Não por achar importante, mas por saber que ninguém esperaria isso de mim. Eu queria ter conhecimento o bastante para ir contra o sistema. Não dá pra mudar as coisas sendo alienado de tudo. Eu queria ser bem informado.

- Você se cuidou bem Sean. É um cara inteligente e bem instruído. Seu esforço será recompensado você vai ver.

Ficamos em casa assistindo televisão deitados na cama até que eu adormeci. Acordei de madrugada com um corpo me abraçando com força contra si. Então me virei para o homem que me abraçava e desenhei seu rosto com meu dedo.

Passei minha mão por seu rosto gentilmente e lentamente memorizando cada pedacinho dele. Então quando meu dedo pousou sobre seus lábios senti sua boca formar um biquinho então ele o beijou.

Me assustei quando o homem abriu os olhos e me fitou por um instante.

- Tenho a sensação que você está gostando do que vê. - ele diz com a voz rouca como se estivesse meio acordado meio dormindo.

- Tenho a sensação que não vou aguentar muito tempo mais ficar perto de você assim. - finalmente crio coragem para dizer algo.

Agora ele abre bem mais os olhos me encarando alternando entre meus olhos e boca.

- E eu espero ansiosamente que você não aguente.

Aproximei meu rosto do dele embora ainda estivesse com vergonha. Então ele sorriu e segurando minha nuca puxou meu rosto até nossos lábios se tocarem de uma vez.

O beijo foi lento e gentil mas parecia que tinha uns mil fogos de artificios acesos dentro de mim. Minha mão tocou o rosto dele e a outra mão pousou em seu peito. O beijo foi ficando mais rápido e intenso até ele parar de repente e me encarar enquanto retomava o ar.

- White, é correto afirmar que você goste de mim tanto quanto eu gosto de você?

- Sean se você gostar de mim tanto a ponto de sentir uma angústia profunda por medo de algo lhe acontecer então Sim.

- Gosto de você a ponto de odiar ver outras pessoas te tocando despreocupadamente. - ele diz baixinho.

Então colamos nossas testas uma na outra e ficando abraçados até adormecer. Finalmente as coisas entre nós haviam ficado esclarecidas.