Capítulo Vinte e Três

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White

Os lábios de Sean foi a primeira coisa que reparei quando ele entrou no nosso esconderijo. Ele segurava uma garrafa de bebida alcoólica verde, seus lábios estavam mais vermelhos do que o normal e suas bochechas também.

- Sean? - corri até ele me colocando como apoio imediatamente.

Ele pôs metade do peso de  seu corpo no meu e começou a sorrir sem nenhum motivo em especial.

- Eu voltei!

- Estou vendo Sean. O que aconteceu? O encontro com seu ex foi tão ruim assim?

Eu sabia que ele estava com o ex, torci a cara assim que ouvi o nome Khumpa pela primeira vez, isso por que quando olhei no rosto dele percebi que aquele homem inabalável que parecia capaz de lutar contra 100 homens estava afetado.

Pude perceber de cara que Khumpa é um nome que ainda mexe com ele, e quando citei o ex de Sean ele me olhou sério como se fosse me matar.

- Tudo ocorreu bem. Ele está bem, eu tô bem. - ele diz e então tomba caindo no chão.

Bem seu corpo parece discordar de sua boca. Eu o ajudo arrastando ele até o sofá. Quando o deitei no lugar tirei seus sapatos.

- Você é lindo sabia e parece fofo - ele disse de repente para mim.

- Você está bêbado. - lembro ele.

- Sabe eu acho você fofo quando estou sóbrio também então não tem nada a ver. - ele diz se defendendo.

- Mas você está dizendo isso bêbado. - lembro ele.

- Eu bebi demais né?

- Como foi com o Khumpa? - pergunto.

- Ele foi como sempre é, frio distante fala só do que precisa sem enrolar. Mas ele me chamou pra sair e deu a entender que tem interesse. Sabe eu odeio esse comportamento dele agindo como se pudesse me trazer de volta a qualquer momento! E ainda pediu desculpas? Poderia ter feito isso enquanto estava pisando nos meus sentimentos!

Ele continuou reclamando por um tempo e falando coisas sem sentido até finalmente adormecer. Deitei no chão perto dele e dormi também.

No outro dia eu levantei cedo e preparei um café da manhã reforçado para Sean. Quando estava pondo a mesa ele levantou, parecia um zumbi mau humorado.

Ele se sentou na mesa e me encarou por um tempo. Até finalmente dizer o que estava pensando.

- Eu fiz alguma coisa pra você ontem? Quando eu fico bêbado posso ser inconveniente e ofender quem está perto. - ele diz com voz suave.

- A mim nada mais o Khumpa foi xingado até a terceira geração. - sorrio.

- Que vergonha...- ele põe a mão na cabeça.

- Se ofende as pessoas quando está bêbado então você estava chapado pois me elogiou dizendo que eu era lindo e fofo. - falo e gargalho.

Ele fica vermelho e bate a cabeça de leve na mesa. Eu continuei rindo e então o servi com a comida.

- Não ria demais eu realmente te acho fofo. - ele diz me pegando de surpresa paro de rir ficando envergonhado e então comemos silenciosamente.

Dan

Yok só ficou aqui uma noite, ele dormiu na minha cama e eu no sofá. Conversamos um pouco e em pouco tempo fui expulso obrigado a andar por aí.

Quando eu voltei tinha um cara de cabelo tingido de loiro dando um mata leão no Yok enquanto ambos riam e ele repetia.

- Retira o que disse! Retira o que disse! - ele dizia e ambos riam.

- Nem ferrando!!

Eu já estava com ciúme de toda aquela intimidade mas continuei assistindo. Yok puxou o outro e ambos caíram no chão com o loiro por cima dele.

- Yok você acha que ganha de mim?

- Gram se você perder vai ficar me devendo. - ele diz.

Nessa hora um sujeito baixo com expressão séria pega Gram pelo colarinho e o puxa para trás.

- Black só estamos brincando. - o tal Gram se defende.

- Vocês podem brincar sem ficar se tocando né ? - o mais baixo reclama.

- Eu estava prestes a dizer a mesma coisa - digo entrando.

O baixinho invocado chamado Black me encarou sério.

- Policial?

- Sou eu. - digo arqueando uma sobrancelha.

Yok caminha até mim e segura minha mão como que me pedindo para ficar calmo. Mas admito que o verdadeiro nervosinho aqui não sou eu.

O ser baixinho apenas sorri pra mim com expressão de raiva, bufa e sai arrastando o outro rapaz.

- Black anda devagar. - Gram reclama.

- Gram apenas me siga. - o outro repreende.

Yok sorri por causa da saída dos dois e caminha até mim. Ele pega o jantar que está na minha mão e leva sem dizer nada até a cozinha.

- Tem alguma chance de eu convencer você a ficar ao invés de ir? - pergunto o observando pegar as coisa já minha cozinha como se morasse aqui.

- Impossível! Já disse que não vou te meter nessa história. Fique longe dessa treta você não precisa se envolver, são nossas bagunças.

- Mas eu não quero que se machuque.

- E eu não posso pedir que você se machuque por mim. - ele fala sério.

- Você flertou comigo atoa então ? - pergunto.

- Hey esse não é o começo de um romance que eu considero certo. Enquanto as coisas não estabilizarem não vou me aproveitar de você. Nunca e jamais.

E depois disso dormimos e ele foi embora   eu nem vi quando ele foi. Sem bilhete, sem aviso e sem nada ele me deixou aqui.

Na verdade eu entendi ele totalmente mesmo assim foi um pouco doloroso perceber que não podemos ter uma história normal por enquanto.

Not MeOnde histórias criam vida. Descubra agora