Capítulo Cinquenta

546 62 18
                                    

Black

Sabe quando dizem que uma vez fodido sempre fodido? Eu entendo completamente disso.

A minha manhã começou perfeita, Gram estava dormindo apoiado no meu peito mesmo sendo mais alto que eu ele parecia infantil. Acariciei seus cabelos um pouco e sai de baixo dele com cuidado.

Me vesti com a roupa da faculdade e quando estava saindo ouvi uma voz rouca me chamar debaixo dos cobertores.

- Black...

A voz me fez voltar imediatamente, caminhei até ele e vi o moço me encarar com um sorriso doce nos lábios. 

- O que você quer de mim? - pergunto.

- Você não me deu um beijinho de despedida.

Revirei os olhos com a manha do outro  e dei um beijo em sua testa.

- Fique bem, e não se atrase para a aula. - digo repreendendo o dorminhoco.

- Você sabe que eu sou responsável. - ele resmunga.

- Sei ontem você chegou atrasado. - rebato.

- Peguei trânsito e você não me acordou.

- Eu te acordei e levei um soco ! - respondo.

Ele sorri com uma cara sapeca e morde o lábio inferior. Reviro os olhos de novo, beijo sua testa mais uma vez dessa vez mais devagar e depois me dirigi a porta.

- A gente se vê a noite. - digo.

Ao dizer isso senti uma sensação calorosa no peito. Saber que eu tinha alguém para voltar isso era incrível não me sentia perdendo nada por me amarrar a alguém. Talvez isso seja o significado de amor se sentir satisfeito o bastante para não precisar de mais nada.

***

Já havia passado um bom tempo na faculdade e quando eu estava pegando meus livros para sair da sala e ir para outra, meu celular vibrou.

Tentei ignorar e comecei a andar mas após parar voltou de novo. Então tirei meu celular do bolso e fiquei extremamente surpreso ao ver que a dona da chamada era a minha mãe.

Aquela mulher trajada de demônio que fez da minha vida um inferno estava me ligando. Pela curiosidade, já que fazia mais de ano que eu não falava com ela.

- O que é? - pergunto rabugento.

- Filho...eu preciso de você! Eu fui presa. - a voz dela era chorosa.

- Espera passou esse tempo todo sem falar comigo e me liga agora para contar que você foi presa? Obrigado pelas boas novas! - digo.

- É sério! Black! Me tira daqui por favor!

- O que você fez?

- Eu vou ligar para o White se você não vier!

- Não coloca meu irmão nessa porra! - grito. Vejo meus colegas me fitarem assustados.

- Então venha aqui! Paga a fiança para mim e eu juro que não te causo mais trabalho.

Mas ela causou sim, quando eu cheguei a delegacia White estava na porta entrando. Apesar de me prometer que não envolveria meu irmão nosso ela envolveu.

- White volte pra casa - peço.

- Não, faz muitos anos que eu não a vejo. Não gosto dela mas... Ela é a minha mãe.

Eu segurei sua mão e entramos juntos, assim que entrei vi minha mãe sentada e algemada ao lado de um policial. Ela estava gritando com ele freneticamente.

Not MeOnde histórias criam vida. Descubra agora