Tudo sempre é pior.

Capítulo 07: Medo.

1980.

James acordou na poltrona e ainda era dia, parecia que só haviam se passado alguns minutos, e não horas que ele estava fora. Ele ficou por quase duas horas inconsciente e por algum motivo, ele sabia que o quê quer que fosse aquilo, era real. Ele estava em casa de novo, no quarto de Harry mais especificamente.

Seu filho estava deitado brincando com os próprios pés, seus olhos verdes estavam arregalados de admiração, sua pequena boca estava aberta e babando, era estranhamente fofo vê-lo assim.

Por algum motivo, ao olhar para seu filho, ele desejou que Harry fosse realmente de Severin, por tudo o que ela ia fazer por eles, por Harry, ele sabia que de qualquer modo, Severin Snape, ia ser uma mãe para seu filho. Mesmo que indiretamente se ele fizesse tudo corretamente.

Ele ainda tinha uma semana para dar sua resposta final para Albus sobre quem seria seu guardião do segredo, ele já tinha sua resposta final, mas ele queria voltar, queria saber mais, ele tinha que descobrir mais.

— James, Albus convocou uma reunião da Ordem. — Lily chamou da porta e James franziu o cenho.

— Por que? No meio da semana. Ele nunca faz isso, aconteceu algo? — James questionou preocupado e sentiu uma tontura bater com força sobre ele.

Sua visão ficou escura por alguns segundos, mas então, a imagem de uma jovem apareceu em sua mente, ela estava de costa para ele, ele não conseguia ver seu rosto, havia um homem ali também, só que ele parecia uma cobra, e não um homem de fato. Aquele ser tinha a pele cinza, tinha os olhos vermelhos reptiliano, diferente dos olhos de Riddle que eram apenas vermelhos, também tinha a falta óbvia de cabelo e nariz, aquela criatura olhava para a jovem com traição e algo parecido com desejo.

— Severin, você me traiu, não foi? — A criatura perguntou, mas parecia mais retórico do que qualquer outra coisa, a voz daquela coisa, parecia profundamente rouca, como se estivesse se esforçando muito para falar. — Você matou Albus Dumbledore, eu sei que você não tinha intenção de me trair minha querida. — O homem continuou a falar e ele começou a rodear a mulher como se ela fosse uma presa muito boa.

— Meu senhor? — Severin pediu soando confusa.

— Eu a amo, você sabe, mas não posso colocar algo tão banal acima de poder. — O homem falou a segurando pelo queixo para fazê-la olhá-lo nos olhos e tocou a bochecha pálida e delicada com a ponta da varinha das varinhas.

— Perdoe-me, meu senhor, mas não entendo. — Severin o olhou nos olhos e parecia genuinamente confusa, mas James podia ver através daquela faixada, ela estava apavaroda, e tudo o que ela pedia e rezava aos deuses, era que Harry ficasse seguro.

— A varinha das varinhas responde a aquele que subjugou e matou seu antigo dono, minha querida Severin. — A criatura explicou e Severin arregalou os olhos surpresa. — Oh, você não sabia, é realmente uma pena. — Lamentou e se afastou dela de modo medonho. — Realmente uma pena, perder um membro tão querido e valioso para mim. — Acrescentou e antes que ela pudesse reagir, a coisa apontou a varinha para ela e lançou um feitiço rápido.

De início, James não entendeu que feitiço era aquele, até pelo menos ver o corte se abrir na garganta pálida e delicada da mulher, ela engasgou em choque e caiu no chão de joelhos.

— Nagini, mate-a. — A criatura mandou, uma cobra enorme se levantou e pareceu pedir desculpas para a mulher, uma lágrima desceu dos olhos de ambas antes da cobra obedecer a coisa e dar um bote certeiro na morena de olhos verdes, bem no pescoço.

A cobra não queria fazer aquilo, James podia sentir ela lutar contra qualquer tipo de poder que aquele homem tinha sobre ela, Severin só estava pensando em Harry, pedindo que ele ficasse seguro, não importasse o que. A cobra deu mais um bote contra o pescoço da mulher, e então um terceiro, Nagini parou e se afastou rapidamente quando percebeu que não conseguia mais fazer aquilo.