Capítulo 19/ Somos iguais

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Respirei fundo tentando controlar a raiva.

Calma Francine, você já esperava por esse momento, uma hora o seu pai iria te encontrar... eu só não queria que seria tão cedo- pensei de olhos fechados e quando olhei para o meu pai vi que ele me analisava, cauteloso.

-Pai... eu não quero brigar- eu disse com o tom de voz que eu usava quando criança e queria pedir alguma coisa pra ele.

Ele se recostou na cadeira e cruzou as pernas.
-Então não resista- me olhou com um olhar superior.

-Não vou resistir, se você ceder.- falei levantando uma sobrancelha o desfiando.

Ele me olhou irônico
-Estou decepcionado filha, você não me conhece se acha que vou ceder fácil.- falou em um tom de deboche.

Senti meu sangue ferver, eu o conheço muito bem para saber que ele não iria ceder, e era exatamente por isso que eu estava fugindo.

-Sabe a sua mãe insistiu muito pra eu deixar você, relaxar... pensar um pouco... sentir que estava com as redias da sua vida- falou gesticulando com as mãos -Então eu pensei... por que não? eu poderia ter vindo te buscar ontem mesmo, mas ouvi o conselho da sua mãe que praticamente me implorou pra te deixar em paz... então eu deixei- sorriu colocando as mãos lentamente em cima das pernas cruzadas

Sorri sem achar graça
-É... por um dia- o encarei com raiva mas com as postura calma.

-Quase que eu desisti, fui até aquele restaurantezinho que você frequentava, só pra me certificar de que você não estaria lá, e pra minha surpresa você estava...- ele falou com os olhos distantes, lembrando do momento, imaginei.

De repente uma luz se acendeu na minha cabeça, e eu me lembrei do homem que eu vi parado nos olhando enquanto eu saia do estacionamento do Music House.

-Era você no estacionamento!?- falei mais como resposta

Ele assentiu sorrindo.

Engoli seco, não imaginei que ele estivesse tão perto, e pensar que eu quase parei o carro pra ver quem era.

Olhei em volta procurando seus seguranças, tentando formar um plano de fuga na minha cabeça.

-Se está procurando os meus seguranças não se preocupe, eu vim sozinho- falou adivinhando meus pensamentos

-Pai, achei que estivesse determinado a me levar de volta?- falei fingindo estar desapontada

-Depois da sua fuga no aeroporto, eu decide vir sozinho e pessoalmente, se você quer que uma coisa seja bem feita...-

-Faça você mesmo- completei a frase que meu pai vivia repetindo.

-Exatamente.- falou me dando uma piscadela.

Revirei os olhos.
-Você tinha que ver sua cara quando me viu.- ele disse dando uma gargalhada

Travei meu maxilar.
-O jogo só acaba quando termina...- falei cruzando os braços e levantando uma sombrancelha debochada.

Ele parou de rir e me fuzilou com os olhos.
-Escuta aqui, eu tô cansado dessa sua teimosia garota!- falou num sussurro alto.

-Quem será que eu puxei?- falei fingindo surpresa

-Isso mesmo, você é igual a mim... e é exatamente por isso que você vai assumir a empresa- usou o tom irritante de superioridade de novo.

-Você vai me fazer assumir a empresa me obrigando a ir pra um internato? não sei não pai... acho que não é uma jogada inteligente- ele me olhou irritado de novo

Um encontro com o DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora