Um encontro com o Destino

Capítulo 58/ Ferida Aberta

—Adan?—

—Oi...—

Senti um enorme frio na barriga, a voz dele estava estranha.

—Você...—

—Eu...— falamos juntos

Fiquei em silêncio esperando que ele falasse primeiro.

—Me desculpe por não aparecer no aeroporto... eu não queria me despedir de você porque eu prefiro acreditar que eu vou te ver outra vez.—

Aquilo me pegou de surpresa, então ele não quis mesmo ir se despedir...

—Pensei que você estivesse com raiva...—

Ele ficou calado por um tempo e eu podia ouvir sua respiração se acelerar pelo fone.

—Olha... eu juro que não quero te pressionar, mas... eu tenho uma coisa pra te falar que pode mudar tudo entre nós, e eu quero que você saiba... que apesar de tudo, eu vou respeitar a sua decisão.— ele deu uma pausa e eu aproveitei para soltar o ar que eu estava prendendo.

Eu estava completamente tensa pela seriedade na voz dele.

—Adan...— ele me interrompeu e falou disparadamente e eu pude perceber que ele estava tão nervoso quanto eu

—Eu vou viajar pra Los Angeles em algumas horas. como você já sabe eu vou fazer um show lá...—

—Sim...— afirmei enquanto ele dava uma pausa para recuperar o fôlego

—Depois eu irei para a Flórida para o meu próximo show mas vou para o aeroporto internacional de Los Angeles duas horas antes... esperar por você.—

Engoli seco, esperar por mim?

—Se você for eu entenderei que você aceitou o meu pedido de casamento... mas se você não aparecer, então... bom, então não irei te procurar mais. como eu disse, vou respeitar a sua decisão.—

Senti meu corpo inteiro gelar, eu venho ignorando essa dor desde o momento em que Adan me pediu em casamento.

Eu amo ele, e tudo que eu queria era me casar com ele... antes.

Antes de saber que o meu pai está morrendo, e antes de saber que ele queria desistir da carreira por minha causa.

Eu jamais iria permitir aquilo, e sabia que se eu quisesse que ele ficasse comigo e ainda tentasse manter a carreira, eu é que teria que segui-lo, e se fosse antes eu iria sem nenhum impedimento.

Mas... agora o meu pai precisa de mim, a empresa precisa de mim. eu sou a filha única dele, ele não tem mais ninguém... e desde de criança eu fui educada para assumir a empresa, não posso abandonar minha família agora...

Apesar de tudo, eu odeio magoar o Adan então...
—Esta bem... você me deu um tempo para pensar, então acho que vai ser o melhor para nós dois...— falei adiando o que eu sabia que uma hora ou outra aconteceria e sentindo um buraco enorme se abrir no meu peito, as lágrimas que já estavam começando a se secar, voltaram a cair violentamente.

A linha ficou muda e eu até achei que ele havia desligado, mas então eu ouvi a voz dele
—Espero de verdade poder te ver de novo Fran... eu te amo.—  ele disse isso e desligou em seguida e eu senti o buraco ficar ainda mais profundo

eu também te amo...— falei baixinho olhando para a tela vazia do telefone.

Coloquei as mãos no meu peito tentando estancar a ferida que agora estava aberta e que eu tinha certeza de que essa... nunca se curaria.

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