Um encontro com o Destino

Capítulo 61/ Invenções

A luz forte do sol incomodava os meus olhos, eu estava me sentindo muito cansada, e queria dormir mais um pouco. puxei a coberta com força cobrindo com ela o meu rosto.

Tentei dormir de novo mas algo subiu em cima da coberta e soltou um miado agudo, me fazendo pular assustada da cama.

Vi a coisa estranha de olhos azuis e sem pelo que tinha um miado horrível, e que minha mãe chamava de gato, para mim dava mais para um rato, ou uma lombriga pois além de magras elas também não tem pelos.

Cleópatra, ela é uma fêmea, e minha mãe deu esse nome pois ela veio do Egito ou coisa assim... a mamãe nunca bateu muito bem da cabeça.

Eu nunca gostei daquele bicho... mas não me leve a mau... ela também não gosta de mim.

A mamãe trouxe aquela coisa pra casa depois de uma viagem que fez para o Egito com uma amiga, e eu e o papai não nos demos muito bem com a Cléopatra, e acredite, era recíproco.

Mas, como a mamãe estava super feliz, decidimos não interferir... mas depois de um tempo percebemos que aquela gata nos dava um pouco de medo... em todos nós.

Tentamos convencer a mamãe a vender ou doar mas, a mamãe é bem dramática quando quer alguma coisa... então eu e o papai fizemos um abaixo assinado com os empregados para a mamãe levar ela de volta... mas, obviamente não deu certo.

Voltei ao presente com outro miado da Cleópatra, e sem acreditar que não havia notado ainda... eu percebi que estava no meu quarto.

Fiquei confusa tentando entender o que estava acontecendo, mas então me lembrei de tudo, e a ferida pulsou forte no meu estômago, as lembranças dele invadiram minha mente e me senti completamente vazia, vendo que talvez, aquelas seriam as únicas lembranças que eu teria dele...

Sim, eu já havia tomado a minha decisão no momento em que descobri a doença do papai... eu não podia largar tudo que ele lutou para construir aqui no Brasil, para ir atrás de um amor... um amor impossível... um amor que só poderia ser possível em um livro de conto de fadas...

E eu sempre soube, desde criança que coisas como, Magia, Destino, laços invisíveis que unem as pessoas desde o nascimento...

Não passavam de invenções criadas para dar para as crianças essa esperança de que um dia viveria alguma coisa totalmente fora da realidade como essa... e agora mais do que nunca eu sabia disso, pois o amor que eu sinto pelo Adan é muito mais forte do que qualquer uma dessas ilusões...

E é forte o suficiente para eu entender, que eu não posso ser egoísta ao ponto de pedir para que ele deixe a vida dele por mim, e sei que ele pensa o mesmo, nós nunca vamos conseguir machucar um ao outro dessa forma, então...

Então decidi que não irei ao aeroporto daqui uma semana, não responderei as mensagens de Adan, e não atenderei as ligações, para não lhe dar nenhuma esperança, e talvez ele até entenda os sinais, e nem apareça naquele aeroporto.

Também vou ignorar todos esses momentos outrora felizes, mas que agora me ferem mais que uma faca cerrada em meu peito.

E guardarei todo esse amor no meu coração, e vou alimentar essa esperança de que um dia, quem sabe... Adan possa me perdoar.

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