[1] Bem-vindos a Borvary

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- 1315, ano dos amantes.

Dois anos antes da Grande Colheita; Quinze anos antes d'A Queda.

Me ame ou me tema, é a mesma coisa.

- Beth Crowley (Empire)

― No que tanto pensas, Vossa Alteza? Essa noite, não fui de teu agrado?

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― No que tanto pensas, Vossa Alteza? Essa noite, não fui de teu agrado?

O príncipe sentou-se sobre a cama e afundou o rosto entre suas mãos, passando-as com certa força sobre sua pele clara ao ponto de torná-la avermelhada. Seu pescoço e costas possuíam vergões vermelhos e alguns tão profundos que faziam com que pequenas gotículas de sangue se sobressaíssem à pele alva. No entanto, não se tratava de algo com que não estivesse acostumado. O lúpus levantou-se bruscamente ao sentir o toque delicado em seu ombro, atraindo sua atenção.

― Meu príncipe...?

― Perdoe-me, Quinn ― o lupino de olhos dourados proferiu, negando algumas vezes com um aceno de cabeça antes de rumar ao grande baú aos pés de sua cama, abrindo-o para que pudesse ter acesso às suas vestes. ― Me foi útil como sempre, ômega, atribuo a culpa de minha falta de atenção aos meus pensamentos conturbados.

― Teus pensamentos andam conturbados há muito, Vossa Alteza. Há algo que o aflige? ― o ômega nu sobre sua cama perguntou, franzindo as sobrancelhas ao passo que se arrastava sobre seus joelhos na cama, aproximando-se de seu soberano que se vestia apressado, parecendo desesperado para deixar o cômodo.

― Nada que seja de teu interesse ― respondeu-lhe ligeiro, ao terminar de vestir a túnica e alcançar o cinto. ― Tens apenas de se preocupar em satisfazer-me quando necessário, nada mais.

Assim que as palavras deixaram sua boca, o príncipe herdeiro ergueu o olhar para o ômega a tempo de vê-lo assentir e engolir em seco, provavelmente empurrando garganta abaixo tudo o que gostaria de dizer. Suspirou, quase que instantaneamente, sentindo-se culpado por ter ferido os sentimentos de um ômega sensível como Quinn. Voltou a aproximar-se da cama e lhe tomou o rosto entre as mãos, fazendo-o erguer os belos olhos verdes para si.

― Perdoe-me, Quinn, não foi minha intenção ser ofensivo ― disse, antes de plantar um beijo em sua testa e vê-lo fechar os olhos em deleite com o toque delicado. ― Agradeço por tua companhia durante este tempo, mas o que me aflige não é algo que possas consertar, tampouco compreender.

― Dessa forma então, desejo-lhe sorte, Meu Príncipe. ― Quinn sorriu pequeno para o príncipe antes de vê-lo retribuir e agradecer, saindo apressado do quarto que o enclausurara por quase quatro dias e três noites inteiros.

O ômega suspirou ao deixar a cama, fazendo algumas caretas para cada nova dor que sentia em algum lugar de seu corpo. Ouviu a porta do cômodo ser aberta e logo alguns criados começaram a adentrar o lugar, munidos de baldes e mais baldes de água para que pudessem encher a banheira no canto esquerdo do quarto do Príncipe.

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